Todos os dias o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), acompanha de seu computador, em casa, o comportamento de bovinos de corte de um experimento que acontece na fazenda Canchim, onde está instalado o centro de pesquisa. Desde março, quando entrou em home office em função da pandemia de coronavírus, Alexandre e outros empregados da Embrapa reduziram ou eliminaram o acesso à fazenda para seguir as medidas de isolamento social. Mas o trabalho não foi afetado com a medida.
Graças às ferramentas da pecuária de precisão, Rossetto monitora as atividades de cada animal. Os dados aparecem na tela depois de serem captados por sensores acoplados em colares que foram colocados nos bovinos e transmitidos por internet sem fio no campo. “Por enquanto esse sistema é utilizado na pesquisa agropecuária, mas logo poderá ser utilizado por produtores rurais. A tecnologia pode ajudar muito em uma situação como essa que estamos passando”, afirmou Rossetto.
O experimento envolve machos jovens que estão em uma área de ILPF (Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta), sistema que reúne no mesmo espaço os três tipos de atividades e que vem sendo difundido no Brasil. São ao menos seis pesquisadores trabalhando na avaliação das pastagens, dos animais, de uma leguminosa, do microclima, das árvores e de outros fatores.
Rossetto pesquisa o comportamento e o conforto térmico que os animais obtêm em função do sombreamento. Em maio ele esteve na sede da Embrapa Pecuária Sudeste apenas duas vezes, a última na semana do dia 25 para fazer coletas de dados dos animais no centro de manejo. “Temos a intenção de criar um projeto para fazer pesagens e avaliações complementares também de forma automática, por passagem ou outro sistema. Assim os animais não precisarão ser levados ao curral”, explicou.
ALERTAS
O pesquisador disse que o sistema de monitoramento emite alertas quando algum dos indicadores apresenta alteração. Há dois tipos de alerta: um de atenção, que avisa sobre uma mudança de padrão de comportamento do animal e sugere acompanhamento mais sistemático, e outro mais grave, quando sinaliza que o animal parou de se movimentar, por exemplo.
Nesse segundo caso, segundo Rossetto, o monitoramento mostra o aumento no tempo de repouso e ele aciona médicos veterinários que estão trabalhando em esquema de revezamento no campo experimental para verificar a situação in loco.
Os alertas podem chegar na tela do computador ou pelo celular. São bips sonoros acompanhados de uma mensagem comunicando a intercorrência.
(Da Embrapa)
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