DANIEL MACHADO
DE BRASÍLIA (DF)
ELMIRO DE DEUS
DE PALMAS (TO)
Dinamarquês radicado há oito anos no Tocantins, o produtor de algodão Peter Fruervang fala da cultura no Estado. Ele começou com uma área pequena de 50 hectares e logo no ano seguinte já aumentou para 400 hectares. Segundo ele, da região de Porto Nacional para o Norte o algodão tem que ser plantado na chamada safrinha, uma cultura substituta. Já para o sul, a plantação tem que ser safra completa.
O produtor também dá dicas para quem quer começar a trabalhar com a plantação de algodão. O algodão não é uma cultura barata, seus insumos e equipamentos são caros. No entanto, o produto tem um ótimo mercado nacional e internacional.
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CULTURA ANIMADORA
A produção de algodão promete ser uma cultura animadora para o avanço do agronegócio tocantinense. Nesta safra 2019/2020 o algodão em caroço alcança marca histórica na produção, com uma expectativa de crescimento de 94,4% a mais em relação à safra passada. Na safra anterior foram produzidas 17,74 mil toneladas e nesta safra espera-se uma colheita de 34,59 mil toneladas de algodão em caroço.
A área plantada também teve um aumento significativo. Na última safra foram cultivados 4,40 mil hectares de algodão, saltando para 8,58 mil hectares, um incremento de 95% de crescimento na área cultivada.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Antônio Cássio, o cultivo do algodão no Tocantins tem um grande potencial e vem se consolidando como mais uma opção de investimento no setor agrícola tocantinense. “À medida que as áreas vão se consolidando, melhorando sua fertilidade, abrem espaço para culturas mais exigentes como o algodão, e aqui no Estado existem características edafoclimáticas que permitem um bom desenvolvimento das lavouras e oferece ao produtor mais uma opção para rotação de culturas com alta rentabilidade”, destacou.
Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Valdinei Sofiate, o algodão produzido no Tocantins é de boa qualidade, como os produzidos nos estados da Bahia e Mato Grosso. “O algodão é um produto de aceitação nacional e internacional. Atualmente, 75% da produção brasileira é exportada para outros países, o Tocantins está iniciando a produção, mas é promissor nesta atividade agrícola”, ressaltou.
O produtor Peter Poul Oestergaard Fruervang, diretor da AGROBRAZIL Agropecuária Ltda, um dos investidores na produção de algodão no Tocantins, explica porque investiu nessa cultura. “Somos um dos pioneiros em investir em algodão no Estado e, devido ao montante de investimento que é feito, mesmo sendo uma lavoura com alto risco, podendo causar prejuízo, acreditamos que podemos alcançar uma excelente produtividade e entendemos que ela traz grande valor para o Estado, já que gera três vezes mais vagas de emprego do que na soja e no milho”, ressaltou o produtor. AGROBRAZIL é de propriedade de empresários da Dinamarca que está no Tocantins desde 2011, no município de Tocantínia, região central do Estado.
INFLUÊNCIA DO CLIMA
Segundo a gerente de agrometereologia da Seagro, Denise Gomes, o acompanhamento das condições climáticas é importante no planejamento da lavoura de algodão, principalmente, para um plantio tardio ou segunda safra (a partir de janeiro), uma vez que uma precipitação alta na fase da abertura dos capulhos pode reduzir tanto a produção quanto a qualidade da fibra do algodão.
“O manejo fitossanitário do algodão é muito rigoroso, onde grandes doses de insumos são introduzidos à cultura. Fatores climáticos como temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento devem ser favoráveis à absorção e translocação dos produtos agroquímicos pela cultura. Portanto, uma boa aplicação é aquela que ocorre nas condições climáticas ideais”, definiu a gerente Denise Gomes. (Com informações da SeagroTO)
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