Criada em 14/05/2020 às 20h30 | Política brasileira

Plano Safra: Redução de juros, de tributos para crédito rural e aumento de fonte de financiamento são prioridades da CNA

As propostas da CNA contemplam sugestões de medidas estruturantes para o setor e também solicitações pontuais relacionadas aos novos desafios que os produtores rurais têm enfrentado com o novo cenário econômico, devido à pandemia do coronavírus.

Imagem
“É um plano muito bem feito, sintonizado com o que o produtor rural quer e muitas coisas já estavam sobre a mesa do ministério, mostrando que estamos em perfeita sintonia com CNA, federações e sindicatos”, disse Tereza Cristina (foto: CNA)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou na quarta (13) à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, as propostas da entidade para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021, construídas de forma conjunta com as Federações de Agricultura e Pecuária nos Estados, sindicatos rurais, produtores e associações setoriais.
O documento foi entregue pelo vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da entidade, deputado José Mário Schreiner, que representou o presidente da Confederação, João Martins, em reunião no gabinete da ministra. Também estiveram no encontro o superintendente técnico Bruno Lucchi, e os secretários de Política Agrícola e de Agricultura Familiar e Cooperativismo do ministério, Eduardo Sampaio e Fernando Schwanke.

O documento traz 10 pontos prioritários para a política agrícola para a próxima safra, que começa em 1º de julho, focadas em questões como: redução da taxa de juros ao produtor rural e dos custos administrativos e tributários cobrados pelas instituições financeiras para operar o crédito rural e aumento das fontes de financiamento para o agronegócio.

A lista de demandas também contem sugestões para desburocratização e ampliação da transparência sobre as exigências feitas pelas instituições financeiras na concessão do crédito rural, combate à prática de "venda casada", ajustes nos programas de crédito rural, aprimoramentos relacionados à gestão de riscos da atividade agropecuária e medidas de apoio à comercialização.

As propostas da CNA contemplam sugestões de medidas estruturantes para o setor e também solicitações pontuais relacionadas aos novos desafios que os produtores rurais têm enfrentado com o novo cenário econômico, devido à pandemia do coronavírus.

“Entregamos as propostas do setor produtivo de todo o Brasil com as prioridades para o próximo Plano Safra. Sabemos que nessa época de pandemia, precisamos ter muito primor para estar subsidiando o ministério. Precisamos ter um plano à altura do agronegócio brasileiro”, disse o vice-presidente da CNA José Mário Schreiner.

“É um plano muito bem feito, sintonizado com o que o produtor rural quer e muitas coisas já estavam sobre a mesa do ministério, mostrando que estamos em perfeita sintonia com CNA, federações e sindicatos”, completou a ministra Tereza Cristina.

A CNA propõe a redução significativa da taxa de juros aos produtores rurais, e afirma que, em geral, os custos de financiamento nas diferentes linhas do Plano Agrícola e Pecuário de 2019/2020 são muito similares às taxas de juros vigentes no Plano Safra 2017/2018, construído quando a taxa SELIC estava em 11,25% em abril/2017 e 10,25% um mês depois.

Embora a Selic tenha caído progressivamente e o governo tenha se beneficiado de menores custos de administração e rolagem da dívida pública, o agronegócio segue pagando juros significativamente elevados, aos quais somam-se ainda os custos administrativos e tributários (CAT) cobrados pelas instituições financeiras.

Nesse sentido, a CNA também sugere a revisão dos percentuais de custos administrativos e tributários (CAT) recebidos pelas instituições financeiras, considerando as novas condições macroeconômicas e também as novas possibilidades de contratação de crédito por meios digitais, o que deve aumentar o volume de recursos equalizáveis para o setor agropecuário.
Outro ponto diz respeito à maior transparência sobre as exigências dos bancos na concessão de crédito rural e ao aprimoramento da fiscalização de práticas como a venda casada, penalizando os responsáveis por práticas abusivas.

A CNA também defende a garantia, dentro do orçamento, de um volume de R$ 13,5 bilhões em 2021 para a subvenção econômica em equalização de taxa de juros. Para a subvenção ao prêmio de seguro rural (PSR), a CNA propõe montante de R$ 1,6 bilhão, e solicita previsibilidade na execução do orçamento para o PSR e a implementação de um sistema para concessão da subvenção diretamente ao produtor rural.

Também estão entre as propostas prioritárias da CNA recursos destinados ao crédito de custeio e comercialização, além de programas de investimento para a construção de armazéns (PCA), irrigação (Moderinfra), agricultura de baixa emissão de carbono (Programa ABC) e Inovagro, que consiste na incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais, para os quais a entidade solicita condições especiais.

Para os empreendedores familiares rurais, a CNA propõe a ampliação do valor de financiamento no âmbito do Pronaf de R$ 250 mil para R$ 350 mil, redução da taxa de juros para 2,5% ao ano e estímulo às contratações do Pronaf Produtivo Orientado, que combina crédito rural com assistência técnica aos produtores.

O ajuste da regulamentação vigente sobre a carteira de crédito agropecuário, por meio da aplicação de diretrizes que considerem as características e a importância do setor no mercado de crédito brasileiro, é outro ponto-chave na avaliação da CNA.

A CNA destaca que as operações de crédito rural firmadas entre produtores e cooperativas de produção com as instituições financeiras representam mais de 10% de todas as operações no Sistema Financeiro Nacional e que o provisionamento de risco que as instituições financeiras devem fazer sobre essas operações é muito superior a outros mercados, a despeito de vários instrumentos de gestão de riscos à disposição dos produtores e da utilização de garantias reais nas contratações de crédito rural.

A CNA destaca que a Lei 13.986/2020, conversão da Medida Provisória 897/2019 (MP do Agro), trouxe diversas novidades de interesse do setor agropecuário, atendendo várias solicitações apresentadas pela entidade no documento de Propostas do Sistema CNA para o Plano Agrícola e Pecuário 2019/2020.

E, para dar continuidade às melhorias no ambiente de negócios de forma a viabilizar mais investimentos privados no setor, a entidade defende a edição de instrução normativa pela Comissão de Valores Mobiliários, para a criação de fundos de investimentos para o setor agropecuário, o que dará maior flexibilidade para injeção de recursos dos fundos de previdência complementar e de outros investidores no setor.

A Lei 13.986/2020 também estendeu a possibilidade de distribuição da equalização da taxa de juros para todas as instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural, de forma a estimular a competitividade entre esses agentes. Por isso, a CNA solicita que sejam instituídos mecanismos, instâncias e práticas de governança para a distribuição dos recursos de equalização de taxas de juros entre as instituições financeiras, que promovam maior transparência, aumento do volume de recursos à disposição do setor e melhores condições de contratação.

Outras propostas defendidas pela entidade são: incentivo a novos modelo de negócio no Sistema Financeiro para operar com o agro, como as agrofintechs, repasse de recursos dos fundos constitucionais às cooperativas de crédito, aprimoramento dos instrumentos e modelos de análise de riscos dos produtores rurais, considerando o perfil de cada cliente e não apenas as garantias disponíveis na tomada de crédito.

A CNA também sugere a criação de uma Central Nacional de Registro de Imóveis, a priorização de ações para regularização fundiária na Região Norte, apoio ao Projeto de Lei 10.499/2018, que revisa uma série de aspectos estruturantes da política de crédito rural, adoção de incentivos para os produtores que contratarem seguro rural ou adotarem instrumentos para proteção de riscos de mercado, por meio de acesso diferenciado ao financiamento, linhas de crédito para estocagem de produtos, utilizando o estoque de produtos como garantia, e reajuste dos preços mínimos, compatíveis com o custo operacional de produção. (Da CNA)

 

  

 


VEJA TAMBÉM 

Plataforma digital com dados espaciais da região do Matopiba será útil nas ações de extensão rural e assistência técnica

LEIA MAIS NOTÍCIAS SOBRE A FRONTEIRA AGRÍCOLA DO MATOPIBA

CLIQUE AQUI E CONFIRA TODAS AS EDIÇÕES DO NORTE AGROPECUÁRIO NO RÁDIO  

 

 

CLIQUE AQUI E LEIA O QUE FOI PUBLICADO SOBRE O CORONAVÍRUS 



 

 

“Apesar dos esforços, comunicação do agro não conseguiu chegar na população e mostrar a importância do segmento”, diz ministra

Agro deve tratar comunicação como 'insumo' e mostrar à sociedade sua importância, dizem produtor e profissionais

Agricultor brasileiro é um dos que menos desmata no mundo

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

Valor bruto da produção agropecuária do Estado do Tocantins neste ano deve ser de mais de R$ 9,7 bilhões

 

 

Norte Agropecuário no Rádio aborda queda no abate de gado e balanços econômicos de culturas agrícolas

“Não há políticas públicas de retenção dos bovinos; frigoríficos poderiam estar trabalhando na plenitude da capacidade”, diz Sindicarnes-TO

César Halum dá detalhes sobre realização da Agrotins 2020 de forma virtual 

CLIQUE AQUI E CONFIRA TODAS AS EDIÇÕES DO NORTE AGROPECUÁRIO NO RÁDIO  

Após retração de 3,2% em 2019, Tocantins registra queda de 15% no abate de bovinos no primeiro trimestre deste ano de 2020

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

IBGE aponta queda de 3,2% no abate de bovinos no Estado do Tocantins no ano passado

Em três anos, mais de 2 milhões de cabeças de gado “somem” do Tocantins; Estado deixa de arrecadar meio bilhão de reais

Frigoríficos brasileiros abateram 1,019 milhão de bovinos em março; queda é de 47%, aponta Mapa

Recorde de exportações e análise do mercado do boi no Tocantins são destaques do Norte Agropecuário no Rádio na Jovem FM

“Sumiço” de 2 milhões de bovinos, produtividade do milho e técnica para plantio de mandioca são destaques no rádio

Técnica desenvolvida para piscicultura e reabertura do comércio da carne para EUA são destaques do Norte Agropecuário no Rádio

 

 




Reajuste do ICMS dos frigoríficos vai estourar no produtor e no consumidor, diz presidente do Sindicato Rural de Araguaína

AGROVERDADES: CLIQUE AQUI E ASSISTA O FÓRUM DO AGRONEGÓCIO DO TOCANTINS, EM ARAGUAÍNA

Aumento da alíquota do ICMS para frigoríficos transformará carne do Tocantins na mais cara do Brasil, aponta especialista

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

Pecuaristas pedem adiamento por 150 dias do início da vigência do reajuste de alíquota do ICMS dos frigoríficos do Tocantins

Reajuste do ICMS para frigoríficos do Estado do Tocantins vai impactar o produtor, afirma pecuarista da região de Araguaína

“Cadeia da carne não se nega a pagar imposto, mas governo não pode virar monstro devorador de indústria”, afirma diretor do SRA

Revogação de benefícios a frigoríficos gera “alto custo” ao setor, impacta no abastecimento e formação de preço, diz juiz

Sem acordo: Governo propõe alíquota de 4,5%, mas frigoríficos querem 1,8%; comissão será criada para estudar o tema 

 








 CLIQUE NOS LINKS ABAIXO E SAIBA MAIS SOBRE O TEMA 

Fator coronavírus: SRA reforça pedido de diálogo com governo e defende redução de impostos para baratear preço da carne

Fieto pede ao governo do Estado suspensão de aumento de ICMS para frigoríficos do Tocantins

Reajuste do ICMS dos frigoríficos pode gerar “fantasma do desemprego”, alta do preço da carne e desabastecimento, diz SRA

CLIQUE AQUI E VEJA A CÓPIA DO COMUNICADO ENVIADO PELO SRA À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

VEJA NESTE LINK A CÓPIA DA SOLICITAÇÃO DA FAET AO GOVERNO DO TOCANTINS

Produtor pagará a conta, afirma vice-presidente do Sindicato Rural de Araguaína sobre aumento do ICMS para frigoríficos

Pecuaristas pedem adiamento por 120 dias do início da vigência do reajuste de alíquota do ICMS dos frigoríficos do Tocantins

Tags:

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário