O governador em exercício do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, afirmou na manhã desta sexta-feira, 5, durante lançamento da segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, informou que o Governo está aberto para discutir a questão tributária com os produtores e os empresários do setor de frigoríficos que compõem a cadeia da carne tocantinense.
O impasse com o setor foi criado há dois anos, na gestão do governador afastado Mauro Carlesse. Os frigoríficos possuíam pactos formalizados com o Executivo tocantinense os chamados TAREs (Termos de Acordos de Regime Especiais) que possibilitavam investimentos em troca de incentivos fiscais.
Entretanto, Carlesse cancelou os acordos e propôs cobrança aos frigoríficos. O setor industrial questionou a ruptura de acordos e foi à Justiça. Sob liminares, algumas plantas frigoríficas conquistaram o direito de não serem afetados pelo aumento de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Houve aumento de 1% para até 4% do imposto para a indústria da carne. O Sindicarnes-TO criticou veementemente a suspensão de incentivos por parte governo. A entidade apontava que 40 mil empregos estavam em risco, já que, com a cobrança, sem condições, algumas unidades poderiam até fechar as portas.
Foram várias as tentativas dos representantes dos frigoríficos de chegar a um acordo com o governo Carlesse, mas não foi possível. O Norte Agropecuário apurou que, com Wanderlei Barbosa, houve estreitamento das relações. Tanto é que o presidente executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes), Gilson Cabral, participou do evento desta sexta-feira, em Araguaçu.
O governador Wanderlei Barbosa destacou o compromisso com os produtores rurais e que pretende discutir a questão tributária dos frigoríficos nos próximos dias. “Eu quero resgatar o que há de melhor no Estado. Já orientei o secretário da Agricultura, Jaime Café, e ele terá a liberdade de discutir com os frigoríficos a questão tributária, de maneira que nós possamos repensar essa questão para que possamos ajudar o empresário", informou.
Vacinação contra aftosa
O lançamento ocorreu na Fazenda Nelore JAL, do proprietário José Luiz Boteon, no município de Araguaçu (região sul do Tocantins), que mantém o maior rebanho do Estado com cerca de 413 mil cabeças de bovídeos. Nesta segunda etapa, que segue até o dia 30 de novembro, a estimativa é de que sejam vacinados 4,5 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos) com até dois anos de idade, declarados na campanha de maio de 2021.
Atuando na agropecuária tocantinense há 10 anos e com um rebanho com mais de 2,5 mil matrizes, o proprietário da Fazenda Nelore JAL, José Luiz Boteon, ressaltou a importância da vacinação para a qualidade da carne que produz. "A vacinação é de suma importância não só para o meu rebanho, mas para o Brasil de modo geral, que mesmo sofrendo embargo nas exportações, nós conseguimos nos manter como o maior produtor de carne do mundo", destacou o pecuarista.
Reconhecimento Nacional e internacional
Com um crescimento de 11% no rebanho de bovídeos em 2021, em relação a 2020, o Tocantins consolida o setor pecuário como um dos grandes responsáveis pelo crescimento econômico do Estado, alcançando 9,7 milhões de cabeças de bovídeos.
O presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Paulo Lima, destacou que o Tocantins tem destaque nacional pela sua atuação na inspeção animal. "Nós já chegamos ao nível de 98,80% do rebanho vacinado e temos nos destacado no cenário nacional no que diz respeito à inspeção animal. E claro, isso só é possível com o empenho e a colaboração do nosso produtor rural e, agora, a discussão que queremos provocar é a retirada da vacinação", disse.
O Tocantins está há 24 anos livre de casos de febre aftosa e tem se empenhado no cumprimento das exigências do Ministério da Agricultura para alcançar a chancela de zona livre da aftosa sem vacinação em 2022.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, destacou o empenho da atual gestão nas pautas do setor. "Têm sido prioridade na agenda do governador Wanderlei todos os assuntos do campo, produção, industrialização e tem sido muito fácil essa comunicação", destacou.
Na oportunidade, o governador Wanderlei Barbosa assinou um Termo de Cooperação Técnica entre o Governo do Tocantins, a Seagro, o Ruraltins e as prefeituras de Sandolândia e Araguaçu para o recebimento de sementes de feijão, milho e arroz.
Campanha
A primeira etapa da campanha foi realizada entre 1º e 31 de maio e vacinou cerca de 9 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos), independentemente da idade. Com foco em alcançar novos mercados, o Tocantins se prepara para a retirada da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa para o próximo ano.
Mas até lá, a vacinação continua obrigatória e a legislação prevê multa para quem deixar de vacinar o rebanho, sendo de R$ 5,32 por animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada, além de outras sanções.
Orientações
Para eficácia da vacinação, a Adapec recomenda cuidados no transporte, armazenamento e utilização da vacina. Os imunizantes devem permanecer na temperatura entre 2 °C e 8 °C até o momento da aplicação, utilizar agulhas novas e desinfetadas para evitar abcessos no gado, aplicar a dose de 2 ml por animal na tábua no pescoço e procurar vacinar nos horários mais frescos do dia, início da manhã ou fim da tarde.
As doses do imunizante devem ser adquiridas em estabelecimentos agropecuários devidamente cadastrados na Adapec. A Agência orienta ainda que os pecuaristas aproveitem o manejo do rebanho e vacinem os animais contra raiva e brucelose. (Com informações da SecomTO)
CLIQUE NOS LINKS ABAIXO E SAIBA MAIS SOBRE O TEMA
Fieto pede ao governo do Estado suspensão de aumento de ICMS para frigoríficos do Tocantins
CLIQUE AQUI E VEJA A CÓPIA DO COMUNICADO ENVIADO PELO SRA À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
VEJA NESTE LINK A CÓPIA DA SOLICITAÇÃO DA FAET AO GOVERNO DO TOCANTINS
SAIBA MAIS
AGROVERDADES: CLIQUE AQUI E ASSISTA O FÓRUM DO AGRONEGÓCIO DO TOCANTINS, EM ARAGUAÍNA
Deixe um comentário