Criada em 30/05/2019 às 15h34 | Agricultura

Oficina sobre Plantas Alimentícias não Convencionais desperta interesse de consumidores

As Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs) foram tema de uma oficina ministrada no Centro Agrotecnológico de Palmas, dentro da programação da Semana dos Alimentos Orgânicos.

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Chantana é uma das espécies de plantas alimentícias não convencionais. (Foto Amanda Oliveira/Governo do Tocantins)

Amanda Oliveira
DE PALMAS (TO)

Com a proposta de incentivar novos hábitos alimentares, a oficina sobre Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs), ocorrida nesta quarta-feira, 29, no Centro Agrotecnológico de Palmas, ofereceu informações importantes sobre as várias espécies de plantas disponíveis, as formas de manejo e uso na alimentação. A iniciativa teve a frente o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuaria e Aquicultura (Seagro), o Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fazendo parte da programação da Semana dos Alimentos Orgânicos, com ações até esta quinta-feira,30 de maio.

Conduzida de maneira participativa, a capacitação promoveu ampla interatividade entre os participantes, que dividiram experiências e saberes locais. As PANCS, conhecidas como alimentos saudáveis por serem ricas em nutrientes e livres de agrotóxicos, foram apresentadas por meio de palestras e visitações a unidade demonstrativa, implantada no espaço do Ruraltins, dentro do Centro Agrotecnológico.

Para o Presidente do Ruraltins, Fernando Silveira, o evento foi de grande importância porque teve a função de difundir conhecimentos sobre o que são as PANCs, além de divulgar e organizar o crescimento dessa cadeia produtiva.

“O mercado das plantas alimentícias não convencionais vem crescendo muito e chamando a atenção da sociedade. A agricultura familiar tem contribuição significativa no setor, porque já utiliza várias espécies dessas plantas na alimentação, de geração em geração, e cabe a nós incentivar o resgate da cadeia que diversifica e fortalece o setor”, disse o presidente do Ruraltins.


Fernando Silveira, presidente do Ruraltins ressaltou o trabalho do órgão no sentido de incentivar o crescimento do mercado das Pancs - Amanda Oliveira/Governo do Tocantins

A gerente de Sociobiodiversidade  da Seagro, Dilciane Barbosa, destaca que a pasta também busca a qualificação da atividade, no intuito de contribuir com os produtores rurais na identificação deste nicho de mercado.

“Nossa proposta na difusão de conhecimentos é ampliar a produtividade, incentivando os produtores a entenderem as formas de comercialização, e como se adequarem ao mercado”, avaliou.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Hellen Christina Guerreiro de Almeida, diversas tecnologias, tanto de domínio publico quanto desenvolvidas pela instituição, são voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar. “As Pancs estão na pauta da Embrapa e já têm várias pesquisas sobre a temática”, frisou.

A Coordenadora da Comissão de Produtos Orgânicos do Tocantins e Unitas Agroecológica, do Ceulp/Ulbra, Conceição Previero, ressalta que o consumo de plantas alimentícias não convencionais, embora não pareça, já está incluso na nossa  alimentação. “Podemos citar como exemplos a folha da taioba, a vinagreira, as plantas regionais como o pequi, o buriti, as palmeiras, enfim, hoje o consumo está vinculado aos hábitos e até a uma questão cultural. Isso faz com que muitas pessoas, que ainda não conhecem, passem a valorizar essa diversidade de alimentos de alto valor nutricional, o que acaba sendo bastante positivo”, avalia.

A estudante de permacultura, que visa sistemas agrícolas mais produtivos e sustentáveis em equilíbrio e harmonia com a natureza, Adriene Rodrigues, destaca a importância da oficina.

“Vendo do ponto de vista mais amplo, acredito que é uma forma de quebrar o sistema. Quem estuda permacultura acredita nisso, entendendo que as pessoas sejam capazes e consigam produzir seus próprios alimentos e sejam sustentáveis, independentes de ter um sistema. Através de oficinas como essa é que se ensina os produtores e futuros consumidores de alimentos não convencionais, de que existem outras formas de produzir e consumir. É muito importante obter esse conhecimento e que seja disseminado”, observou.

Acley Rodrigues Silva, engenheiro ambiental e consultor de meio ambiente, disse que o objetivo em participar do curso foi conhecer um pouco mais sobre as PAncs, e multiplicar esse saber, já que trabalha com recuperação de áreas degradadas.

“Podemos utilizar essas espécies para ajudar algumas comunidades, e por questão de saúde. São plantas que agregam muito valor nutricional e são livres de agrotóxicos. Isso é importante para que cada dia estejamos familiarizados com esse tipo de alimento. Meu objetivo foi alcançado, quero multiplicar esse conhecimento ao publico que assisto e levar como alternativa de recuperação de áreas degradadas”, disse.

Ao final da oficina os participantes degustaram um delicioso cardápio alternativo com receitas utilizando plantas alimentícias não convencionais, a exemplo de arroz com tomates e beldroegas. 

Receita servida na oficina (Arroz, tomates e beldroegas)

Ingredientes: 1 xícara de arroz integral, 3 xícaras de água,1 cebola picada, 3 tomates cortados em pedaços, sal grosso marinho e  2 xícaras de beldroegas (as folhas e alguns caules mais tenros).

Modo de preparo:

Refogue a cebola em um pouco de azeite. Junte o tomate, o arroz e deixe refogar um pouco, mexendo frequentemente. Junte a água e tempere com sal. Tampe e deixe cozinhar por 15 minutos. Passado esse tempo inclua as beldroegas e envolva. Deixe cozinhar por mais 10 minutos ou até o arroz estar seco. Desligue e deixe descansar por uns 5 minutos.  (Do Ruraltins)

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