Criada em 29/05/2017 às 02h16 | Mercado

Eucalipto: Nova linha de crédito é estudada para evitar prejuízo de até R$ 210 milhões na cadeia produtiva

Não há destinação para 60 mil hectares de eucaliptos plantados nos últimos sete anos (ao custo de R$ 3,5 mil por hectare). Problema pode causar um rombo de R$ 210 milhões na cadeia produtiva no Estado do Tocantins.

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Se uma solução não for encontrada com o fim da carência do financiamento, de nove anos, a partir de 2019, eles não terão condições de honrar os compromissos com os bancos (foto: Juliano Ribeiro/SecomTO/Arquivo)

A realização de um estudo de viabilização sobre linha de crédito para o processamento de madeira no Estado é a solução planejada pela Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) diante do temor produtores de eucalipto que, no momento, não têm para quem vender o produto.

O tema, segundo a Seagro, foi discutido durante a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2017) com agentes financeiros e empresas, entre elas, a Inforrural, de Gurupi, no Sul do Estado.

O titular da Seagro, Clemente Barros, conversou com os envolvidos durante a feira. Uma fábrica de processamento de madeira no próprio Estado aliviaria a situação dos produtores que agora teriam um destino final ao seu produto, uma vez que no momento estão sem perspectivas de vendas para as indústrias de celulose.

No início do mês, o Norte Agropecuário revelou a necessidade de uma solução para os 60 mil hectares de eucaliptos plantados nos últimos sete anos (ao custo de R$ 3,5 mil por hectare), que podem causar um rombo nas contas de produtores rurais do Estado justamente por não ter uma destinação final. O prejuízo estimado na cadeia produtiva é de R$ 210 milhões.

De acordo com a apuração do Norte Agropecuário, confirmada posteriormente pelo próprio governo do Estado, com o fim da carência do financiamento, de nove anos, a partir de 2019, eles não terão condições de honrar os compromissos com os bancos caso não haja uma solução.

O problema maior se concentra nas produções localizadas no entorno de Palmas e na região de Gurupi, no sul do Estado. Os produtores do norte do Tocantins e do Bico do Papagaio vendem para a Suzano, indústria de celulose de Imperatriz (MA).

ESTUDO DE MERCADO

O Norte Agropecuário questionou a Seagro sobre qual seria o posicionamento do governo sobre o fato de os bancos terem liberado esses financiamentos sem ter definições sobre o mercado do produto e as maneiras de comercialização e escoamento da produção. A Seagro saiu em defesa dos agentes financeiros e garantiu que ao deferir os financiamentos, os mesmos realizaram “um estudo criterioso da destinação da produção e da taxa de retorno ao financiado, assim como a quitação dos financiamentos.”

CULPA DA CRISE

A Seagro colocou a culpa então na crise econômica do País. “Esclarece também que, no momento da contratação dos mesmos, o cenário regional era totalmente distinto do atual. E aponta que as siderúrgicas, que eram os principais clientes, estão vivendo atualmente uma das maiores crises”, diz a nota, que ainda garante a continuidade de visitas técnicas junto às áreas produtivas.

Confira a nota da Seagro na íntegra:

"Em resposta ao e-mail enviado, a Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), informa que, durante a realização da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2017), a Secretaria da Agricultura se reuniu com agentes financeiros e empresas, entre elas a Inforrural, localizada em Gurupi, região Sul do Estado. Na reunião ficou definido um estudo para a viabilização de linha de crédito para o processamento da madeira no Estado.

Em relação às visitas técnicas realizadas pelo Governo do estado, a Segro afirma que continuam sendo executadas.

Sobre o posicionamento do Governo, a Secretaria explica que ao deferir os financiamentos, os agentes financeiros realizam um estudo criterioso da destinação da produção e da taxa de retorno ao financiado, assim como a quitação dos financiamentos.

Esclarece também que, no momento da contratação dos mesmos, o cenário regional era totalmente distinto do atual. E aponta que as siderúrgicas, que eram os principais clientes, estão vivendo atualmente uma das maiores crises."

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