Criada em 25/07/2017 às 09h09 | Política brasileira

MST invade fazendas de amigo do presidente Michel Temer, de Ricardo Teixeira e do ministro da Agricultura

Conforme o MST, “os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros”.

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Fazenda do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, invadida pelo MST (foto: MST/Divulgação)

O MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) divulgou nota, na manhã desta terça-feira (25), afirmando que invadiu uma fazenda em Duartina do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o movimento, a propriedade é atribuída ao peemedebista. Também foram alvos do MST fazendas do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e da Amaggi, empresa da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. 

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Oficialmente, a fazenda Esmeralda está registrada parte no nome de Lima (749,1 hectares) e parte (1.245,84 hectares) no nome da Argeplan, escritório de arquitetura e engenharia de que o coronel é sócio.
“Milhares de trabalhadores rurais ocupam, em todo país, fazendas ligadas a processos de corrupção ou a corruptos, onde exigem a destinação das terras para assentamento de famílias Sem Terra”, diz nota do movimento. “O MST também coloca a saída dos golpistas instalados no Planalto e a convocação de eleições diretas como condição para a retomada da Reforma Agrária”, complementou o comunicado.

AMIGO DE TEMER

É a segunda vez que o MST age no local: em maio de 2016, eles foram à fazenda para "denunciar as conspirações golpistas de Temer". Afirmam que, naquela ocasião, encontraram cartas endereçadas a Temer e materiais de sua campanha a deputado federal de 2006.

Desta vez, afirmam que a ação quer destinar a área para a reforma agrária, como parte da Jornada Nacional de Lutas.

Procurada pela reportagem nesta manhã, a Polícia Militar de Duartina confirma que há uma ocorrência em andamento na fazenda, mas não informou detalhes sobre o caso. O movimento afirma que há 800 militantes no local.

Lima é tido como figura-chave nas investigações da Polícia Federal sobre o presidente. Dois executivos da JBS afirmaram, em acordo de delação, que a empresa deu R$ 1 milhão nas mãos de Lima, em 2014, como parte de um suposto acordo feito entre Temer e Joesley Batista.

OUTRAS ÁREAS 

O comunicado do MST é mais incisivo: “Desde a manhã desta terça-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, estão ocupadas as fazendas do ministro Blairo Maggi, no Mato Grosso, do presidente golpista Michel Temer (em nome de seu laranja Coronel Lima), em Duartina-SP, e do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Barra Mansa, Sul Fluminense. Outras ocupações ocorrem no Sul e no Nordeste”.
Conforme o MST, “os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros”.

O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da presidência, primeiro presidente na história acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR), “bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma”.

Para o movimento, “é nítida a relação das grandes empresas do agronegócio com os esquemas de propinas, compra de parlamentares, lavagens de dinheiro e até envolvimento com o tráfico de drogas”.

O MST comunica ainda que para “reposicionar a pauta da luta pela terra e pela reforma agrária” na agenda nacional e para influenciar na conjuntura geral pelo “Fora Temer”, o MST realiza a partir do dia 25 a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.

Manifestações acontecem no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão, finaliza o movimento.

ÁREA DE RICARDO TEIXEIRA

De acordo com o movimento, 350 famílias ocuparam a fazenda Santa Rosa, em Piraí (RJ), que pertenceria a Ricardo Texeira. Ricardo Teixeira teve um mandado de prisão expedido pela justiça espanhola, e a Procuradoria-Geral da República já pediu às autoridades do país europeu acesso às investigações. O ex-dirigente é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa na Espanha. Como ele é brasileiro nato, não pode ser extraditado, mas os procuradores buscam uma forma de tornar viável as investigações no Brasil. (Com informações da Folha de S.Paulo e portal do MST)

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