Confirmada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro no Ministério da Agricultura, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) afirmou que a pasta deve se concentrar na produção sustentável e na redução do que chama de “indústria de multas”, repetindo a expressão utilizada com frequência pelo próximo presidente da República. “Acabar com a indústria das multas, ter normas claras, ter um ambiente de negócios mais favorável. É o que o Brasil precisa para receber empreendimentos tanto externos quanto internos. Licenças serem mais ágeis não quer dizer perder segurança. Alguns processos precisam ser modernizados”, disse.
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Bolsonaro e a futura ministra terão uma reunião na próxima terça-feira (13) para detalhar prioridades e a eventual inclusão de novas áreas na pasta. A definição foi acertada nesta quinta-feira (8) durante encontro de Tereza Cristina com Bolsonaro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Foi a primeira reunião entre a futura ministra e o presidente eleito, depois da confirmação do nome dela na quarta-feira (7). Tereza Cristina disse que foi uma “conversa rápida” e que os detalhes sobre a pasta que irá comandar serão definidos na próxima semana.
A deputada federal quer saber, por exemplo, se as áreas da pesca e da agricultura familiar serão incluídas na sua pasta e como ocorrerá esse processo. Segundo Tereza Cristina, é fundamental saber o “tamanho” do Ministério da Agricultura.
COM BLAIRO MAGGI
Tereza Cristina pretende também encontrar-se com o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para ser informada de detalhes da área. “Hoje a agricultura e a agropecuária brasileiras são o nosso motor. É o carro-chefe da nossa economia, então temos de ver o que mais está faltando para que este motor seja mais acionado porque capacidade de produção, nossos produtores têm.”
A futura ministra avaliou que toda vez que o Brasil recebe “um chamamento” para produzir, o setor produtivo responde de forma “firme e acertiva”. “[Mas], é preciso ter mercado”, ponderou.
“Já produzimos suficiente para o nosso país com segurança, alimentos de qualidade, respeitando as regras. Temos um bom parque industrial, da agroindústria brasileira, e agora precisamos ver para onde podemos exportar e quais são os gargalos.”
SEGURANÇA JURÍDICA
De acordo com a deputada, os produtores rurais esperam segurança jurídica, defesa da propriedade e um ministério “mais moderno”, incluindo maior número de acordos comerciais. Nos próximos dias, ela deve se reunir com o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para ser mais bem informada sobre o setor.
MEIO AMBIENTE
Antes do encontro com Bolsonaro, Tereza Cristina foi questionada sobre a relação com o Ministério do Meio Ambiente, área de tensão com a pasta da Agricultura, e disse que espera ter uma relação “muito boa” com quem assumir o comando do MMA.
A deputada federal afirmou que a escolha do nome para o Ministério do Meio Ambiente é “exclusiva do presidente eleito”, nas admitiu que, se for consultada, fará sugestões. Ela não quais, porém, adiantar o que sugeriria.
O TERRORISMO
Ao ser questionada sobre propostas em tramitação no Congresso relacionadas à defesa de propriedade e que podem enquadrar ocupações como ações terroristas, Tereza Cristina evitou se posicionar sobre os temas.
“Tenho um pouco de dúvidas porque já temos leis sobre isso. É uma coisa que tem de ser discutida com o [futuro] ministro [Justiça] Sergio Moro”, afirmou a deputada federal. Segundo ela, a equipe de transição trabalha também para analisar este tipo de assunto.
COMÉRCIO EXTERIOR
Outra preocupação de Tereza Cristina é o nome que será anunciado para assumir o Ministério das Relações Exteriores. “É muito importante este ministério andar junto com a Agricultura principalmente para [enfrentar] estes problemas externos que a gente pode ter, dependendo da condução política.”
Questionada sobre a possibilidade de transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém e o eventual impacto no mercado de carne, a deputada federal afirmou que precisa conversar com o presidente eleito sobre o tema. Segundo ela, recebeu telefonemas de empresários brasileiros, ligados ao setor, preocupados com ameaças de prejuízos.
LISTA DA JBS
Questionada se se sente desconfortável por ter sido citada na lista de doações da empresa JBS, Tereza Cristina confirmou a informação, mas disse ter sido de forma indireta e que está tranquila. “Eu não tive doação da JBS direto para mim. Foi uma doação via dois parlamentares do meu estado e como eu era deputada federal deram. Tenho tranquilidade, as doações foram legais e estão lá na minha declaração.”
Segundo a deputada federal, é preciso ter transparência para garantir a governabilidade. “Quem quiser olhar, não tem problema. Vamos ter tratamento igual para todos. Nós precisamos ter um Brasil transparente com governança.” (Com informações da Agência Brasil)
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