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VÂNIA MACHADO
DE PALMAS
Com investimentos iniciais na ordem de R$ 12 milhões, a Aquabel, maior produtora de alevinos de tilápia no Brasil, está implantando no Tocantins duas unidades, uma em Brejinho de Nazaré e outra em Porto Nacional, com a proposta inovadora no melhoramento genético da espécie, sendo referencial para o mundo inteiro.
Em entrevista ao Norte Agropecuário, o CEO da Aquabel, Ricardo Neukirchner, explicou o porquê da escolha do Tocantins para estabelecer um empreendimento arrojado e inovador, e como será a produção em cada uma das unidades.
“Estamos fazendo duas unidades diferentes, uma em Brejinho de Nazaré só para criação de alevinos, para atender as demandas do Estado que vai crescer muito agora e também produzir alevinos para exportar para os outros estados vizinhos. E a construção do núcleo de melhoramento genético, entre Palmas e Porto Nacional. A ideia é fazer uma coisa que não existe no mundo inteiro, é fazer melhoramento genético para exportar para o resto do mundo”, ressalta Neukirchner, informando que os investimentos são da Genomar Genetics, mesmo grupo da Aquabel.
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Como o interesse é alcançar o mercado mundial, Neukirchner ressalta que três fatores importantes pesaram na escolha do Tocantins para instalar as duas unidades: abundância de água de qualidade, temperatura ideal para o cultivo da tilápia e logística aérea. “Tem um aeroporto central muito grande, dali a gente pode distribuir a nossa genética para todas as unidades que temos no Brasil e também fazer exportação de genética. Então é muito importante ter um aeroporto com uma boa logística como tem em Palmas”, complementa.
Segundo o CEO, o custo mensal de operação da unidade está na faixa de US$ 90 mil dólares, mas existem outros milhões de reais investidos na questão de equipamentos e tecnologias, usados também em países que são referência na piscicultura mundial como a Noruega, Alemanha e outros asiáticos. “São números na verdade um pouco imensuráveis, mas são números muito grandes que vão transformar e causar uma revolução na genética de tilápia no mundo.”
INVESTIMENTOS EXTERNOS
A Aquabel iniciou suas atividades de produção de Tilápia em 1992, em Rolândia (PR), e devido à falta de fornecimento profissional de alevinos, a empresa decidiu, em 1994, estabelecer a produção de alevinos de Tilápia, com foco em melhoramento genético, alto volume de produção e fornecimento contínuo ao longo do ano. Em 2016, o controle da empresa foi vendido para o grupo alemão EW, líder global em genética animal.
Nas palavras de Neukirchner, essa união “mudou radicalmente a história da empresa” que não teria condições de investir milhões de dólares necessários para inovação em melhoramento genético “fora da realidade prática da tilápia no Brasil”. “Eles estão investindo isso não porque estão pensando em produzir tilápia apenas para o Brasil, se não a conta não fecha. Mas esse melhoramento que está sendo feito no Tocantins, a ideia é exportar reprodutor para o mundo inteiro. Então a gente passa a falar num volume de bilhões de peixes anualmente, isso torna a atividade viável e esses investimentos podem ser recuperados a médio e longo prazo”, explica.
Neukirchner acredita que os investimentos externos aquecerão o segmento. “Isso é muito positivo para a atividade como um todo, porque a entrada de um grupo como esse, estimula que outros grupos que competem com esse grupo também venham para o Brasil para investir em tilápia. Isso vai fazer com que a atividade cresça nos próximos anos, o que vai ser muito bom para o produtor e para o consumidor. Porque a partir do momento que você passa a ter peixes que crescem muito mais rápido com custo de produção muito mais barato, esse peixe vai chegar também ao consumidor de uma maneira mais barata”, ressalta.
TECNOLOGIA NA PRODUÇÃO
Neukirchner explicou como é a produção de alevinos nas oito unidades já implantadas da Aquabel no Brasil nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo e Pernambuco. “Basicamente, a gente tem reprodutores machos e fêmeas que estão agrupados. Uma vez por semana, eles são todos capturados, vistoriados para ver se são macho ou fêmea, se for fêmea verifica se estão com ovos, se tiver ovos a gente coleta esses ovos e transfere para as incubadoras. Das incubadoras eles vão para umas bandejas de absorção do saco vitelino, depois eles vão para um tanque de engorda onde permanecem por 30 dias para terminar o ciclo de larva até se tornar um alevino pronto para comercialização. Desde a desova até a venda é um ciclo que costuma durar 30 dias.”
A empresa deve produzir entre 100 e 120 milhões de alevinos em 2019. A projeção é atingir 300 milhões nos próximos anos, a partir de investimentos em novas unidades em Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia.
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