A safra brasileira de grãos deve crescer 21,8% em 2017, segundo estimativa de fevereiro divulgada nessa quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, 224,2 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas devem ser colhidas, sendo 93% de soja, milho e arroz.
A estimativa de produção para 2017, calculada em fevereiro, variou positivamente 1,3% em relação ao número de janeiro, que já apontava crescimento.
A área colhida também deve aumentar e superar 2016 em 5,7%, totalizando 60,3 milhões de hectares. Também neste dado, a estimativa de fevereiro supera a de janeiro em 0,8%.
A produção brasileira deve ser 42,4% originária do Centro-Oeste e 36,4% da Região Sul. O Sudeste deve produzir 9,6% da safra, seguido pelo Nordeste, com 8%, e o Norte, com 3,6%. Mato Grosso (24,3%), Paraná (18,7%) e Rio Grande do Sul (14,8%) devem colher as maiores parcelas da produção nacional.
Dos 26 produtos pesquisados pelo IBGE, 16 devem ter crescimento da safra e dez vão ter colheitas menores. Entre as produções que sobem estão a de mamona, cacau, cebola e algodão. Já entre as que caem estão a cana-de-açúcar, a cevada, a mandioca e o trigo.
SOJA, MILHO E ARROZ
Principal grão do agronegócio brasileiro, a soja deve totalizar uma colheita de 108,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 13,2% em relação a 2016. A área colhida deve aumentar 2,1%.
Segundo o IBGE, a produção de arroz tem sido beneficiada pelas condições climáticas nos principais estados produtores. A safra de arroz deve crescer 11,1% em relação a 2016 e a área colhida tem uma expansão prevista de 2%. O total da produção prevista é de 11,7 milhões de toneladas.
O milho deve registrar o maior crescimento da produção (39,6%), com uma área colhida 11,1% maior. As 88,4 milhões de toneladas serão divididas em duas safras e está prevista para este ano uma maior produtividade da Região Sul na primeira safra e um aumento da participação do Centro-Oeste na segunda safra.
ESTIMATIVA DA CONAB
A produção de grãos da safra 2016/2017 deve chegar a 222,9 milhões de toneladas, representando aumento de 19,5% (36,3 milhões de toneladas) em relação à safra anterior, que somou 186,6 milhões de toneladas. Os números são do 6º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje (9), em Brasília. A safra será recorde.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Néri Geller, o crescimento da soja foi extraordinário. “As expectativas foram superadas. Como previsto no início do ano, está se confirmando uma safra bastante elevada. A competência do produtor e o clima contribuíram muito."
"No caso da soja, principalmente no Centro-Oeste, o resultado foi extraordinário, chegamos a 107 milhões toneladas. Isso é bom para o produtor e para a economia do país”, afirmou Geller.
A estimativa positiva se deve principalmente ao aumento da produtividade média das culturas. Além disso, o levantamento inclui a área de culturas de segunda safra. A área total tem perspectivas de ampliação de 2,8%, podendo chegar a 60 milhões de hectares em relação à safra 2015/2016.
SOJA PODE TER AUMENTO DE 12,8%
Para a soja, a projeção é de crescimento de 12,8% na produção, podendo atingir o recorde de 107,6 milhões de toneladas, e ampliação de 1,9% na área, que deve atingir 33,9 milhões de hectares.
O milho deve somar 89 milhões de toneladas, sendo 29,3 milhões para a primeira safra e 59,7 milhões para a segunda. A segunda safra de milho, entretanto, pode ser alterada, já que ainda está sendo plantada. A ampliação da área total de milho deve ultrapassar 16 milhões de hectares. Juntos, milho e soja representam quase 90% dos grãos produzidos no país.
ESTIMATIVA DESAGREGADA
O feijão primeira safra deve alcançar 1,38 milhão de toneladas, 33,6% maior do que a safra passada, sendo 862,2 mil para o tipo carioca, 318,3 mil para o preto e 201,5 mil toneladas para o caupi.
Já o algodão pluma deve crescer 11,9%, chegando a 1,44 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 3,1% na área cultivada. O maior cultivo de soja ocasionou a redução nas áreas do algodão e do arroz, o que não ocorreu com as demais culturas de primeira safra.
Assim como faz para o feijão, pela primeira vez a Conab apresenta a estimativa desagregada da produção de arroz cultivado nos sistemas sequeiro e irrigado, além dos números da expansão da irrigação no Brasil e sua importância na safra de grãos.
EXPORTAÇÕES
O estudo traz também dados sobre as principais rotas de escoamento da soja destinada ao mercado internacional.
De acordo com a Segunda Estimativa das Exportações do Complexo Soja por Portos - Safra 2016/17, os embarques de soja devem chegar a 74,9 milhões de toneladas. Os portos mais utilizados são os de Santos (SP) e Paranaguá (PR). (Da Agência Brasil)
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