Apesar de não especificar como irá custear as despesas para a realização da Agrotins 2018 em virtude de decisão judicial que limita ao governo interino do Tocantins de pagar apenas compromissos “prioritários” da gestão, a Feira Agrotecnológica do Tocantins será realizada. A garantia foi dada ao Norte Agropecuário pela Secretaria da Comunicação do Estado (Secom). A pedido do Norte Agropecuário, a Secom informou ainda que o titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) deve ser definido até a próxima segunda-feira, dia 9. “Os nomes já estão encaminhados e deverão ser resolvidos até sexta ou no mais tardar até segunda-feira, 9”, informou a Secom.
Estado que tem no campo a sua principal atividade econômica, até então, a única pasta ligada ao setor da gestão do Estado que tem titular é a Adapec (Agência de Defesa Agropecuária). Funcionário de carreira do órgão, Alberto Mendes da Rocha foi nomeado no cargo na terça-feira, dia 3, pelo governador interino Mauro Carlesse, e no dia seguinte foi apresentado aos servidores.
Como o Norte Agropecuário apurou, a indefinição da falta de gestor na Seagro causou temor e apreensão nos servidores e em empreendedores do campo, inicialmente, por conta da Agrotins 2018. Evento que movimentou mais de meio bilhão de reais no ano passado, a Agrotins é a maior feira de tecnologia agrícola da região norte do país e está entre as dez do Brasil em volume de negócios e participação de representantes dos vários segmentos do campo.
Ainda sobre a Agrotins, a Secom informou na manhã desta quinta-feira, dia 5, que a feira será realizada. “A Agrotins vai ser realizada respeitando o calendário que já estava exposto, porque é um evento independente de qualquer governo, tem que acontecer”, ressalta a Secom.
GASTOS PRIORITÁRIOS
A maior preocupação em relação à Agrotins é a viabilidade da estrutura da feira, bem como a contrapartida do Estado para a sua organização. Anualmente, em média, o custo do Estado com o evento é de aproximadamente R$ 4 milhões. Porém, com a instabilidade política no Tocantins após a cassação do governador Marcelo Miranda e de sua vice, Cláudia Lelis, por crime de “caixa dois” na campanha em 2014, uma decisão judicial impede que o governo interino gaste além do essencial para manter a máquina pública.
Conforme a decisão judicial, os pagamentos do Estado neste período devem ser “prioritários, excepcionados os decorrentes de ordem judicial, de repasses constitucionais”, da folha de pagamento e Previdência. Esse aspecto é o de maior apreensão. O Norte Agropecuário apurou que os membros do segundo e terceiro escalões da Seagro não acreditam que o governo do Estado deixará de realizar a Agrotins, porém, a apreensão é: em que condições a feira será realizada?
Sobre isso, a Secom respondeu: “Vamos respeitar as decisões judiciais porque é o papel que o governador sempre defende, de respeitar as leis. Vamos trabalhar com o que temos e lutar o que temos que lutar”.
GOVERNO INTERINO
O Norte Agropecuário questionou ainda a Secom em relação à política pública para o setor agropecuário a ser implementada pelo governador Mauro Carlesse, que também é agropecuarista, apesar da interinidade da gestão. A resposta foi a seguinte: "Não estamos tratando esse governo como interino, até porquê nós acreditamos que as ações agora são ações para o Estado, não para uma eleição". Por decisão da Justiça Eleitoral, como presidente da Assembleia, Carlesse fica no cargo até o resultado da eleição complementar de 3 de junho.
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