Grupo dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) promoveu invasões de fazendas no Pontal do Paranapanema na manhã deste sábado, dia 18 de fevereiro, no extremo oeste do Estado de São Paulo. A FNL tem como líder José Rainha Júnior, ex-membro da direção nacional do MST. É a primeira onda de invasões desde a eleição do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, tradicional aliado dos movimentos sociais.
CLIQUE AQUI E LEIA O QUE FOI PUBLICADO SOBRE JOSÉ RAINHA JÚNIOR
De acordo com informações do G1 Presidente Prudente (SP), foram tomadas áreas em propriedades nas cidades de Marabá Paulista (SP), Sandovalina (SP) e Rosana (SP), todas na região que já foi foco do conflito agrário no Brasil. O comando da FNL diz que aproximadamente 410 famílias estão envolvidas nas ações do chamado "Carnaval Vermelho". "Grupo reivindica a destinação de áreas devolutas para a implantação de assentamentos da reforma agrária para trabalhadores rurais sem-terra e, até o momento, reúne 410 famílias em três propriedades da região", diz o G1.
O G1 informou ainda que "segundo o grupo, a previsão é de que os trabalhadores também ocupem outras cidades do Pontal do Paranapanema até o fim de fevereiro". "O objetivo da ação é chamar a atenção das autoridades para a aceleração do processo de reforma agrária no extremo oeste do Estado de São Paulo, conforme o assessor da FNL, William Henrique da Silva Santos", destacou o portal de notícias das organizações Globo.
O 'Carnaval Vermelho' é tradicional movimento de sem-terra no país, mas ficou suspenso durante o governo de Jair Bolsonaro. O líder do movimento declarou: “A gente está na esperança de que a nova direção do Itesp [Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo] tome as medidas cabíveis, tome as medidas possíveis para estar acelerando e assentando essas famílias. Sabemos que o Pontal do Paranapanema é um ponto de referência no Brasil, é a capital da reforma agrária, e que já são mais de 10 mil famílias assentadas. Temos condições de assentar mais 10 mil famílias também”, informou ao g1".
Veículos danificados
Em Rosana, integrantes do movimento alegaram que os veículos onde as famílias estavam foram alvejados por disparos de proprietários e funcionários da fazenda, que também arremessaram objetos contra os veículos.
A PM
À TV Fronteira, a Polícia Militar informou que foi acionada para atender à ocorrência.
Ao g1, a Assessoria de Mediação de Conflitos do Itesp informou que está acompanhando as ocupações da FNL e que soube do movimento de trabalhadores rurais em Rosana e Marabá Paulista pela corporação.
"Já informamos à Polícia Militar sobre a denúncia de confronto na Fazenda São Lourenço e estamos monitorando as ações com o objetivo de evitar que alguém saia ferido", finalizou.
O G1 também solicitou um posicionamento para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas, até o momento desta publicação, não obteve resposta. (Com informações do G1 Prudente)
Deixe um comentário