Na última etapa da missão à Ásia, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) reuniu-se nesta segunda-feira (20) com o ministro da Agricultura da Indonésia, Amran Sulaiman, para discutir a abertura do mercado de carnes brasileiras para o país asiático.
Durante o encontro, a ministra pediu uma resposta sobre missão técnica que visitou frigoríficos de diversos estados brasileiros em abril de 2018. Tereza Cristina destacou que o Brasil tem condições de suprir a demanda por proteína animal dos indonésios, principalmente de carne bovina, sendo um fornecedor alternativo e com preços mais baratos em relação à carne da Austrália, de onde vem a maior parte da carne consumida no país.
“É um país que tem 270 milhões de pessoas. Se você somar o Vietnã e Indonésia, teremos um mercado de quase 300 milhões de pessoas que podem consumir vários produtos do agro brasileiro”, disse Tereza Cristina.
Frutas especiais e óleo de palma
Já o ministro Sulaiman pediu a redução das tarifas para óleo de palma, importado pelo Brasil.
O Brasil cobra 20% na importação do óleo de palma. Já os indonésios querem 2,5%, o mesmo percentual aplicado à soja. Eles argumentam que compram soja brasileira em grande quantidade, são os únicos exportadores de óleo de palma para o Brasil e o ajuste nas tarifas irá beneficiar os pequenos produtores indonésios. De acordo com Tereza Cristina, o governo está avaliando as tarifas de importação e irá analisar o pedido do país.
Segundo ministro, eles querem ampliar a pauta de exportações, com a venda de frutas especiais: o mangostim e fruta da serpente.
Já em encontro com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Indonésia (Kadin), empresários se ofereceram para destravar a importação de carne halal (que segue princípios islâmicos na produção e no abate).
Cooperação
Os indonésios – tanto o ministro da Agricultura quanto empresários – mencionaram interesse em projetos de cooperação em setores da agropecuária, como genética pecuária.
A ministra afirmou que a Embrapa poderá ajudar na formulação dos projetos.
Celulose
O último compromisso da comitiva brasileira foi um jantar de trabalho oferecido por empresários indonésios com negócios no Brasil e pelo Comitê Brasil da Kadin, presidido por Anderson Tanoto.
Presidente mundial do Grupo RGE (Royal Golden Eagle), conglomerado indonésio na área de celulose, Tanoto confirmou instalação de unidades da empresa no interior de São Paulo. O grupo já tem operações na Bahia por meio da Bracell.
Sul-mato-grossense, Tereza Cristina reafirmou que os investimentos no setor de celulose permitiram o desenvolvimento de áreas pobres de Mato Grosso do Sul, com geração de empregos e qualidade de vida. (Do Mapa)
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