Buscando aprimorar a seleção nos rebanhos brasileiros, a raça Brangus deu início à avaliação genômica de seus animais no Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo). O projeto, conduzido pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) e pela Embrapa Pecuária Sul, chega para melhorar os índices zootécnicos de bovinos que irão compor a base de dados do Promebo e assegurar maior precisão na escolha de animais mais produtivos por meio das Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs).
Braulli Ferrari, superintendente suplente de registros da ANC, destaca que a genômica permitirá que o criador de Brangus tenha em mãos dados que irão lhe antecipar as características expressas pelos bovinos de seu rebanho. “É um importante passo para a raça. Certamente os pecuaristas colherão muitos frutos por meio da ferramenta”, acrescenta.
Segundo o pesquisador Fernando Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, estima-se aumento de 25% na precisão das informações de animais com dados próprios e do dobro da acurácia para aqueles com apenas dados de pedigree. “Com isso, esperamos que os criadores possam avançar mais rápido na busca por um Brangus mais adaptado, com pelo mais curto, mais produtivo e, inclusive, mais resistente ao carrapato num ambiente tropical”, afirma, ressaltando que os relatórios de seleção permanecem os mesmos, somente incluirão dados mais precisos dos reprodutores.
Para Ladislau Lancsarics Junior, presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), a ferramenta permite aos técnicos e produtores conhecer geneticamente os rebanhos, estratificando os grupos de animais que possuem uma genética superior ou inferior em diversos pontos. “A genômica veio para encurtar esse tempo de seleção. Por isso, junto com a avaliação clássica, a técnica, promove um salto genético. Possibilita corrigir pedigree, reduzir o intervalo entre gerações e manter a variabilidade genética, controlando a consanguinidade. No entanto, devemos sempre ter em mente que a avaliação genômica é um acelerador de todo o processo de melhoramento genético, e não um substituto”, pondera. (Da Embrapa)
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