Criada em 02/06/2017 às 21h33 | Política brasileira

"Tem que fazer pressão política", diz Blairo Maggi a produtores ao criticar juros do BC e Fazenda por juros do Plano Safra

"Discordamos frontalmente da política do BC e da Fazenda nesses assuntos e argumento não há mais; tem que fazer pressão política", disse o ministro sobre os juros fixados para o crédito rural pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central.

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Blairo Maggi: "Discordamos frontalmente da política do BC e da Fazenda nesses assuntos e argumento não há mais; tem que fazer pressão política" (foto: Agência Brasil)

A menos de uma semana do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou os juros fixados para o crédito rural pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central. Ele disse "discordar frontalmente" da política adotada pelos órgãos de políticas econômica e monetária do governo, afirmou não ter mais argumentos para defender uma queda maior dos juros e sugeriu um aumento da pressão política feita pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso.

Maggi fez as críticas durante painel ocorrido no "Fórum Mais Milho", em Castro (PR), após ele ser provocado por Allyson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho). Paolinelli disse que os juros previstos para a safra 2017/2018, no Plano Safra a ser lançado na próxima quarta-feira, 7, em pouco tempo serão mais caros que a taxa básica de juros (Selic), que vem caindo.

"Cada vez que mexe nos juros complica a situação e ainda temos o câmbio defasado. Estamos sendo roubados por essa política econômica e não podemos aceitar isso", disse Paolinelli. O presidente da Abramilho afirmou que os R$ 14,5 bilhões utilizados pelo governo para subsidiar a diferença dos juros do crédito agrícola e os de mercado "é dinheiro jogado pela janela".

"Eu concordo e assino embaixo, mas manda quem pode e tem dinheiro e obedece quem tem juízo", disse Maggi. "Discordamos frontalmente da política do BC e da Fazenda nesses assuntos e argumento não há mais; tem que fazer pressão política", concluiu o ministro. Segundo o próprio ministro anunciou semana passada, os juros para o crédito agrícola em 2017/2018 devem ter uma queda de 1 ponto porcentual sobre os praticados em 2016/2017, que variaram de 8,5% a 12,75% ao ano.

Na saída do evento, Maggi voltou a atribuir a alta de 13,4% no Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no primeiro trimestre de 2017, ante quarto trimestre de 2016, à recuperação das perdas ocorridas entre as safras, com um incremento de mais 30 milhões de toneladas de grãos no atual período. "Se tivéssemos mantido os preços iguais aos do ano passado, teríamos crescido ainda mais, em torno de 17%", ponderou. (Do Portal DBO)

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