Presidente da Aprosoja-TO reage com indignação a evento contra agro realizado por universidade e faz desafio a organizadores

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Continua a repercussão negativa do evento "Luta, resistência e esperança contra o agronegócio e a pandemia", programado para ocorrer de 21 a 25 de setembro, no Tocantins. Recém-criada, a Universidade Federal do Norte do Tocantins, com sede em Araguaína (TO), aparece como uma das realizadoras em banner de divulgação que foi difundido pelas redes sociais. 

O presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO), Maurício Buffon, reagiu com indignação, destacou que tomará providências e fez um desafio aos organizadores. “É lamentável que uma universidade pública participe de um evento com um título desses. São temas totalmente separados. Não pode ser tratado desta forma. [Os organizadores] que tratem da forma que quiserem ideologias políticas, mas tratar pandemia e agronegócio como resistência é um desserviço que fazem para a sociedade.”

O desafio é lançado por ele: “Eu desafio: não utilizem nada do agro até o dia deste evento. Tenho certeza que eles nem lá no evento chegarão. Não vão se alimentar e não vão trabalhar. Descartem o agro da vida para ver se conseguem chegar até este evento”.

VISÃO ARCAICA

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Araguaína (SRA), Wagner Martins Borges, já havia lamentado a iniciativa. "É uma visão muito arcaica, fora da realidade, muito radical e sem fundamento”, disse. "É uma coisa totalmente fora da realidade. É para enganar as pessoas, passar um discurso radical para angariar apoio para uma causa ideológica", complementou, a pedido do Norte Agropecuário.

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IDEOLOGIA COM INVERDADE

Para o presidente da Aprosoja-TO, “não se pode fazer uma ideologia política dentro das universidades”. “Dinheiro público para universidades deve ser investido na educação e formação de novos profissionais”, afirmou. “No Tocantins, o agronegócio é responsável por 87% do PIB [Produto Interno Bruto]. No Brasil, é 45% do PIB, que inclusive para os salários de muitos dos profissionais que estão trabalhando”.

Para Buffon, é preciso “respeitar quem trabalha, honra e quem faz e produz alimento. “Não se pode fazer política usando dinheiro público. Tem que ter responsabilidade. Vamos tomar providência. Precisamos tratar os temas nos devidos lugares. Ideologia política se trata em campanha, no Congresso e na hora da campanha política. Quem trabalha e produz riqueza para o país e tem que ser respeitado.”

Segundo Buffon, a pandemia é um problema de saúde pública que está sendo atacado, com responsabilidade dos Estados e municípios usando verba federal. “Misturar isso com o agronegócio não é justo. Qual é a resistência necessária ao agronegócio? É o agro que está conseguindo segurar o país de pé. Precisamos de respeito. Fico indignado com esta situação”, desabafou.