Criada em 18/01/2018 às 09h52 | Agronegócio

Renda no campo tocantinense cresce 4,08% em 2017; com a força da soja, valor da lavoura tem alta e pecuária sofre queda

Conforme os dados, a estimativa é que o VBP do Tocantins finalize 2017 com valor de R$ 6.310.359.882. O complexo da soja foi o destaque. Já o VBP dos bovinos, do milho e do leite registraram queda.

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A renda no campo tocantinense deve fechar o ano de 2017 com crescimento de 4,08%. É o que aponta análise feita pelo Norte Agropecuário no levantamento do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para chegar a este percentual, o Norte Agropecuário analisou as tabelas com resultados do VBP da lavoura e pecuária do Estado. Conforme os dados, a estimativa é que o VBP do Tocantins finalize 2017 com valor de R$ 6.310.359.882, ou seja, 4,08% a mais que o resultado alcançado em 2016, que foi R$ 6.052.734.729.

O resultado da lavoura, puxado pela produção de grãos tocantinenses, foi o que mais cresceu. Saltou de R$ 3.621.924.860 em 2016 para R$ 4.044.370.173 no ano passado. Já a pecuária, abalada em ano de operação Carne Fraca da Polícia Federal e os escândalos do poderoso grupo JBS, registrou queda. Em 2017 o VBP da pecuária foi de R$ 2.265.984.709. Já em 2016 fechou com o valor de R$ 2.430.809.890. 

O QUE É?

O VBP nada mais é que um índice de frequência anual, calculado com base na produção agrícola municipal e nos preços recebidos pelos produtores. Na prática, reflete o faturamento obtido dentro da porteira com a venda dos principais produtos agrícolas e proteínas animais.

AS PRINCIPAIS CULTURAS

Ao avaliar as principais culturas listadas no levantamento do VBP do Mapa, o destaque fica para a soja, carro-chefe da produção tocantinense. Dos produtos analisados pelo Norte Agropecuário, foi o único que registrou crescimento no Estado entre 2016 e 2017.
Uma informação importante: os dados se referem aos valores listados na estimativa feita pelo Mapa em dezembro.

Depois de um 2016 de quebra da safra e início de recuperação, o valor da soja fechou o ano passado com produção avaliada em R$ 2.519.565.807, um índice 8,9% maior que o VBP da oleaginosa em 2016: R$ 2.294.045.295.

Já o valor dos bovinos caiu. No ano passado fechou com R$ 2.123.462.171, enquanto em 2016 registrou R$ 2.283.659.636. O milho também teve queda. A estimativa de 2017 é de 329.191.194. Já em 2016 fechou com o valor de R$ 346.999.828. Outra queda acentuada foi registrada no VBP do leite. Em 2017, o resultado obtido foi de R$ 142.527.537. Já em 2016 o valor alcançado foi de R$ 147.150.234.

DADOS NACIONAIS

Em nível nacional, o ano de 2017 se encerra com um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 540,3 bilhões, 1,3 % em valores reais acima do obtido em 2016, que foi de R$ 533,1 bilhões. É o maior valor registrado desde 1989, quando se iniciou a série de análise de dados. As lavouras tiveram crescimento de 4,2 %, e a pecuária, redução de 4,1%.
O resultado favorável de 2017 deve-se principalmente à grande safra de grãos: 240,6 milhões de toneladas, segundo dados do IBGE, e 237,7 milhões, segundo a Conab. A produtividade agrícola, e não o incremento de área, foi o principal fator responsável pelo bom resultado. Os preços agrícolas, em geral mais baixos do que em 2016, tiveram pouca ou nenhuma importância na formação do VBP 2017.

“Além da importância da safra agrícola na geração de renda, destaca-se o papel que teve a agricultura no baixo índice de inflação obtido em 2017”, disse José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “O IPCA-15, acumulado até dezembro foi de 2,94 %, o menor valor desde o início da série pulicada pelo IBGE a partir de 2000, já que os produtos agrícolas têm grande peso na formação do índice de preços”.

O crescimento do VBP em 2017 foi impulsionado pelo algodão, cana-de-açúcar, laranja, mandioca, milho e soja. Com exceção de laranja, esses outros produtos alcançaram em 2017 o maior faturamento bruto desde 1994. Uma lista extensa de produtos experimentou forte redução de valor, com destaque para banana (-26,7 %); batata (46,3 %); cacau (-27,2 %); café (-14,7 %); cebola (-49,4 %); feijão (-26,7 %); trigo (- 47,9 %) e maçã (-21,5 %). Essa redução, devida principalmente aos preços, foi o que propiciou o impacto positivo da redução do preço dos alimentos sobre o IPCA-15.

OS LÍDERES

Sete estados lideraram o VBP em 2017: São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Pará. Entre as regiões, o Sul ainda está na frente, seguida pelo Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte.

A SAFRA

As projeções do IBGE e da Conab para 2017 e 2018 indicam uma safra de grãos de 224,3 milhões de toneladas e de 227,9 milhões, respectivamente. Garcia Gasques esclareceu que “nem todas as Unidades da Federação pesquisadas forneceram dados, e ainda se considerando informações incompletas sobre o clima, acredita-se que os números possam ser mais elevados.” (Da Redação do Norte Agropecuário, com informações do Mapa)

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