DANIEL MACHADO
DE BRASÍLIA (DF)
Apesar das fortes chuvas que prejudicaram a colheita da soja, principal ativo agropecuário do Tocantins, da preferência do produtor por comercializar milho no mercado interno e dos problemas de ociosidade na indústria frigorífica do Estado, as exportações do Tocantins se mantêm em excelente nível e alcançaram US$ 213,43 milhões – mais de R$ 1,19 bilhão – no primeiro trimestre de 2021.
O valor é 4% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, mas, mesmo assim, marca o segundo maior montante da história para o período. Os dados foram coletados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal para transações comerciais internacionais. O Norte Agropecuário também analisou as informações e fez todos os comparativos.
Até agora, 76% das exportações do Estado foram para a China, o país mais populoso do mundo, maior parceiro comercial do Brasil e do Tocantins. Isso quer dizer que apenas as empresas (ou o governo chinês) injetaram na economia do Estado US$ 161,44 milhões (R$ 905,73 milhões) em apenas três meses.
Na segunda colocação aparece o Paquistão, com US$ 11,29 milhões (R$ 63,36 milhões). O montante representa 5% das vendas para o exterior feitas pelo Estado no ano. Hong Kong, com US$ 8,45 milhões (R$ 49,62 milhões).
Melhora no preço do quilo da soja
Principal ativo do Estado, a soja já é o produto mais exportado do ano com folga, muito à frente da carne. Ao todo, os produtores tocantinenses, através das tradings que representam as grandes empresas, já venderam 337,7 mil toneladas do cereal, um volume 12% menor do que o registrado no primeiro trimestre de 2020. A redução pode ser explicada pelas fortes chuvas que atingiram o Tocantins na segunda quinzena de fevereiro e no início de março, o que atrasou a colheita e ainda danificou, um pouco, a qualidade do produto.
Mesmo assim, em dinheiro as exportações registraram um aumento de 2%, com US$ 135,66 milhões (R$ 761,05 milhões) agora contra US$ 133,20 milhões (R$ 747,29 milhões) nos primeiros três meses de 2020. A diminuição de volume com aumento da arrecadação significa que os importadores pagaram mais esse ano pela soja tocantinense do que no ano passado – US$ 0,40 por quilo em 2021 contra 0,35 por quilo de 2020, uma elevação de 14%. Do total de mais de US$ 135 milhões de soja vendidas para o exterior no primeiro trimestre, US$ 121,59 milhões, ou seja 90%, teve como destino a China.
Carne regista números altos de exportações
Já a pecuária bovina colaborou com as exportações de 15.264 toneladas por US$ 64,41 milhões (R$ 361,35 milhões). O montante é 12% menor que no mesmo período de 2020 e o volume é 11% inferior. Mesmo assim, ambos são os segundos melhores da história para os primeiros três meses do ano disparado.
De todo esse montante, US$ 39,58 milhões (R$ 222,08 milhões) foram para a China, o que corresponde a 61%. Além disso, Hong Kong, que é um território especial chinês com certa autonomia, vem na segunda colocação com US$ 6,97 milhões (R$ 39,13 milhões). O valor representa 11% do total arrecadado com a venda de carne ao exterior.
Milho tem queda grande nas exportações
A colheita do milho ainda vai demorar no Tocantins, mas as vendas do cereal para outros países até agora são bem menores que no primeiro trimestre do ano passado, registrando uma queda de 69% - US$ 2,82 milhões (R$ 15,86 milhões) agora contra US$ 9,25 milhões (R$ 51,89 milhões) do primeiro trimestre de 2020. Em volume, foram vendidos nos primeiros três meses deste ano 16.926 toneladas de milho para o exterior, 71% menos que de janeiro a março do ano passado.
Principais números
Exportações do Tocantins no primeiro trimestre de 2021 – US$ 213,43 milhões
Queda em relação ao mesmo período de 2020 – 4% (mesmo assim, o valor foi o segundo melhor de toda história para os primeiros três meses do ano)
Produto mais exportado – soja, com US$ 135,66 milhões
País que mais comprou produto do Tocantins – China, com US$ 161,44 milhões (76% do total).
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