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DANIEL MACHADO
De Brasília (DF)
Parte dos produtores rurais do Tocantins está com imensas dificuldades em receber insumos já comprados e contratados anteriormente. Essa dificuldade ocorre porque tradings e grandes empresas de venda de adubos, glifosato e defensivos agrícolas tentam renegociar preços de produtos que haviam sido contratados há seis meses.
A informação é do presidente da Aprosoja-TO (Associação de Produtores de Soja e Milho do Tocantins), Dari Fronza, que relatou a situação ao Norte Agropecuário no rádio, veiculado nesta quinta-feira, 7 de outubro, na Hits FM. De acordo com Fronza, esses produtores não estão recebendo o adubo e os outros insumos, ficando sem matéria prima para iniciar o plantio no momento no qual se inicia o cultivo da soja, o principal ativo agropecuário do Tocantins.
Fronza explica que a pressão por parte dessas grandes corporações ocorre por causa do aumento do preço internacional do adubo e de outros itens. Assim, esses grupos querem que o produtor pague a diferença, o que é classificado como injustiça com o produtor e uma quebra de contrato.
“Vale lembrar que no ano passado negociamos soja com preço futuro de R$ 80 a R$ 90 e quando fomos vender o preço estava R$ 150 a R$ 170. Deixamos de ganhar mais de 50% de valor em cima desses contratos, mas assim são as coisas. Agora está acontecendo o inverso. Produtor firmou contrato de parceria, fez a compra de adubo, de defensivo meio ano atrás, estava, num preço razoável, e agora duplicou valor do adubo, e simplesmente alguns fabricantes e tradings estão dizendo que não vão entregar a não ser que o produtor pague a diferença. Nós não vamos aceitar isso. Estamos, inclusive, discutindo mudança legislativa nacional sobre o tema”, ressaltou Fronza.
O presidente da Aprosoja disse, ainda, não ser aceitável que o lado mais, no caso os produtores rurais, comprimirem corretamente seus compromissos e quando cabe às grandes multinacionais, as grandes corporações, eles não façam o mesmo. “Nós não vamos aceitar. Com certeza, os produtores prejudicados vão buscar meios cabíveis de serem ressarcidos, mas o mais estranho é o silêncio dessas empresas que não se manifestam. Isso não pode acontecer em pleno século 21”, destacou, ao salientar que é um problema que acontece no Brasil inteiro.
Importação recorde
Ao mesmo tempo em que os produtores não estão recebendo os insumos que pagaram por antecipação, as empresas do Tocantins registram um recorde na importação de fertilizantes. De janeiro a setembro, os empreendedores do Estado já adquiriram 232,5 mil toneladas de adubo, maior volume da história para o período e uma quantidade 26% superior ao registrado nos primeiros nove meses de 2020.
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