A gestão de risco é uma prática essencial em qualquer empreendimento, especialmente no setor agrícola, que está exposto a variáveis imprevisíveis. Reconhecer a importância dessa gestão e adotar práticas adequadas eleva o nível de responsabilidade e eficiência na condução das atividades. Nesse contexto, a inovação e a criação de parcerias, especialmente com o mercado privado, são essenciais, incluindo o financiamento de pesquisas para desenvolver indicadores de risco agropecuário.
Jônatas Pulquério, Diretor de Gestão de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em conversa com esse Portal, disse que esses indicadores são ferramentas essenciais para compreender, medir e gerenciar os riscos associados às atividades agrícolas.
Para Pulquério eles não apenas criam um ambiente mais seguro e previsível para investimentos, mas também fornecem uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas. Assim, o Departamento de Gestão de Risco tem se empenhado em estabelecer parcerias com centros de pesquisa para o desenvolvimento desses indicadores. No entanto, a participação ativa do mercado privado é crucial para financiar e apoiar essa iniciativa.
Eles permitem uma avaliação precisa dos diversos riscos que permeiam a atividade agropecuária. Entre esses riscos estão o climático, que afeta diretamente a produtividade agrícola devido a eventos extremos e variações do clima, e o risco ambiental, relacionado aos impactos no meio ambiente e à conformidade com regulamentações ambientais.
Além disso, o risco de crédito, que envolve a capacidade dos produtores de honrar compromissos financeiros, é influenciado pela produtividade e condições do mercado. O risco de mercado, derivado de flutuações nos preços dos produtos agrícolas, é outro fator crucial, juntamente com o risco operacional, que se refere à eficiência e gestão das operações agrícolas, e o risco de governança, relacionado à capacidade de gestão e à estrutura organizacional das propriedades agrícolas.
Para obter uma avaliação detalhada e precisa, é crucial granular os dados de acordo com critérios específicos, como tipo de cultura, safra, condições climáticas regionais e tamanho da propriedade. Essa abordagem permite uma análise mais fina dos riscos específicos enfrentados por diferentes contextos e produtores.
Por conseguinte, a contribuição do mercado privado é vital para o financiamento e desenvolvimento de indicadores de risco precisos e detalhados. Empresas de seguros, instituições financeiras, cooperativas agrícolas e outros stakeholders do agronegócio têm muito a ganhar com essas ferramentas.
Entre os benefícios estão uma melhor avaliação de risco, que permite uma ação mais confiável, resultando em decisões de investimento mais informadas, e a redução de perdas, onde a identificação e mitigação antecipada de riscos podem reduzir significativamente os prejuízos. O investimento em pesquisa e desenvolvimento promove também a inovação tecnológica no setor agrícola.
Envolver o mercado privado na pesquisa e desenvolvimento de indicadores de risco agropecuário é, portanto, uma estratégia essencial para fortalecer a gestão de risco no setor agrícola. Essa participação não apenas incentiva a inovação e a sustentabilidade do agronegócio, mas também garante um ambiente de investimento mais seguro e promissor. Com isso, convidamos empresas e instituições a apoiar e financiar essas atividades de pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento de um setor agrícola mais resiliente e competitivo. (Da SNA)
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