A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), realizou, entre os dias 1 de fevereiro a 9 de março de 2022, o terceiro levantamento das previsões de área e produção de culturas agrícolas de São Paulo referentes à safra agrícola 2021/22. E a perspectiva é positiva, com aumento de produção em 10 e produtividade em 13 dos 19 produtos analisados.
No caso do milho, por exemplo, o levantamento de fevereiro, realizado durante a colheita do produto, já traz números bem consolidados em relação à área em produção (332 mil hectares). Com relação à safra anterior, a variação é negativa em 0,4%. Mesmo com essa diminuição no espaço, a produção foi maior em 4,2%, em virtude do aumento de produtividade. Neste ano safra a produtividade média é de 6.582 kg/hectare, valor 4,7% maior em relação ao ciclo 2020/21. Considerando-se estimativas desde 1983, a produtividade atual é a maior já observada. As principais regionais produtoras são Itapeva, São João da Boa Vista e Itapetininga.
No primeiro levantamento do milho safrinha neste ano safra, observa-se um aumento de área, atingiu 500,9 mil/hectares, uma variação positiva de 1,8%. Na produção espera-se recuperação em relação ao ano anterior que foi marcado pela quebra de produtividade. Nesse ciclo, os primeiros números indicam aumentos de 64,0% na produção e de 61,2% na produtividade. As principais regionais produtoras são Assis, Itapeva e Ourinhos.
PERSPECTIVA POSITIVA
Segundo Felipe Pires de Camargo, pesquisador e diretor do Centro de Pesquisa de Informações Estatísticas dos Agronegócios do IEA, o ano safra 21/22 apresenta perspectivas positivas graças a diversos fatores. As condições climáticas se mostram favoráveis à produção. Economicamente, a situação do mercado internacional também é otimista. Os estoques mundiais baixos, devido a uma série de circunstâncias e um câmbio favorável são fatores que contribuem para um mercado atrativo e aquecido.
Feijão
E o Estado de São Paulo está fazendo sua parte. Na cultura do feijão da seca, por exemplo, as previsões são de aumentos de 29,1% de área plantada (15,8 mil hectares), de 66,1% na produção esperada (39,4 mil toneladas) e de 28,7% de incremento na produtividade. Destaque para a regional de Avaré, principal região produtora do feijão da seca que, com 42% de representatividade da área cultivada no Estado, apresenta aumentos de aproximadamente 150% de área e 52% de produtividade. Para a cultura do feijão das águas, os resultados apresentaram uma produção estimada de 131,9 mil toneladas em 45,1 mil hectares de área plantada, quedas de 11,5% e de 15,2%, respectivamente, na comparação com a safra 2020/21. Em relação à produtividade, houve incremento de 4,4% com rendimento médio de 2.924 kg/ha, 122 kg/ha superior ao registrado na safra passada.
Soja
Sobre a soja, não se observa variação da produtividade em relação ao ano anterior e isso é uma boa notícia, pois, a produtividade se mantém em um bom patamar (3.528 kg/ha). A produção aumentou em 5,6%, impulsionada pela área maior em 5,5%. As informações coletadas também mostram aspectos positivos para a cultura do algodão. A área cultivada no Estado atualmente é de 9.258,7 ha, representando 59,7% de expansão quando comparada à safra 2020/21. Destaque para a regional de Avaré com aumento de 124,2% na área cultivada em relação à safra anterior. Outro ponto positivo refere-se à produtividade média que, neste levantamento, foi de 3.376 kg/ha, registrando aumento de 23,6% em relação à 2020/21. Essa produtividade em conjunto com a expansão da área faz com que a estimativa de produção do algodão no Estado seja de 31.259,5 toneladas, aumento considerável de 97,3% em relação à safra anterior. As três regionais que se destacam com as maiores participações na produção são Avaré (29,7%), Itapeva (25,9%) e Votuporanga (24,4%).
Arroz
A previsão para a cultura do arroz indica aumentos em relação ao levantamento anterior. Os valores mostram área de 7,6 mil hectares com produção correspondente de 754,1 mil sacas de 60 kg (45,2 mil toneladas). As principais regionais produtoras são Registro, Pindamonhangaba e Guaratinguetá.
Banana
Com relação à banana, o segundo levantamento da safra para 2021/22 projeta 1.043,4 mil toneladas da fruta, o que indica diminuição de 1,5% na produção e aumento de produtividade de 1,6% em relação à safra 2020/21. A expectativa é que a área nova mais a área em produção alcance 54,5 mil ha no estado. A cultura concentra-se na CATI Regional de Registro (746,3 mil toneladas), que responde por 71,5% da produção paulista.
Cana
O primeiro levantamento da safra 2021/22 da cana-de-açúcar indica pequena redução de área (-0,93%) em relação à safra anterior, enquanto a estimativa de produção teve aumento de 1,75% em relação ao último levantamento, realizado em novembro de 2021. Desta forma, o levantamento realizado em fevereiro apresenta área produtiva de 5,5 milhões de hectares, com produção de 415,5 milhões de toneladas. As regionais que apresentaram maior produção foram Barretos, Orlândia, Ribeirão Preto, Araraquara e Andradina. As principais regionais produtoras são Ribeirão Preto, Orlândia e Barretos.
Laranja
Com relação à laranja, a estimativa preliminar é de 303,2 milhões de caixas de 40,8 kg de laranja (12.370,8 mil toneladas). Esse resultado corresponde a 153,8 milhões de pés em produção - números muito próximos à safra anterior. Os próximos levantamentos refletirão mais adequadamente o comportamento da cultura nesta safra.
Café
A previsão de frustração do ciclo de alta na safra de café foi reconfirmada nesse levantamento com nova estimativa de produção de 4,41 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado (264,74 mil toneladas), uma redução de 2,99% diante da primeira estimativa. Essa menor produção foi decorrente da queda de 2,31% na produtividade das lavouras, que registrou nesse levantamento o rendimento de 23,27 sc./ha.
Mandioca
O primeiro levantamento de mandioca para indústria indica redução de 8,4% na área cultivada, que passou de 59,0 mil hectares na safra anterior para 54,0 mil hectares. A área em produção apresentou redução de 10,5%, passando de 43,0 mil hectares para 38,5 mil hectares. A expectativa em relação à produtividade foi bastante positiva, 2,2% maior (29.591 kg/há), resultando em uma produção de 1.139,5 mil toneladas, 8,5% menor quando comparada à safra anterior.
Amendoim
O Estado permanece como maior produtor nacional de amendoim. O levantamento apresenta resultados um pouco superiores ao anterior, com ligeiro aumento na produtividade em função das condições edafoclimáticas favoráveis.
Batata
O levantamento final da produção de batata das águas indica estabilidade na área cultivada em relação à safra passada, redução de 0,5% em torno dos 7,8 mil hectares, a produção reduziu 2,1% passou de 252,2 mil toneladas para 246,9 mil toneladas. A produtividade foi reduzida em 1,6% passou de 32.258 kg/ha para 31.735 kg/ha. As principais regionais produtoras são Avaré, Itapeva e Itapetininga. O primeiro levantamento de batata da seca aponta para um leve aumento na área plantada em relação à safra passada de 1,2%, passando de 6,2 mil hectares para 6,3 mil hectares. A produtividade permanece relativamente estável, redução de 0,8%, passando de 30.558 kg/ha para 30.305 kg/ha, o que totaliza uma expectativa de produção de 190,5 mil toneladas (+0,4%). As principais regionais produtoras são Itapeva, Itapetininga, Avaré e São João da Boa Vista.
Tomate
No caso do tomate período de inverno da safra 2021/22, as estimativas iniciais mostram queda de 41,1% na área cultivada (com 3,0 mil hectares), e expectativas de menor produção em 44,6% (213,3 mil toneladas) em relação à safra de 2020/21. Para o tomate envarado da safra de verão 2021/22, as estimativas finais indicaram uma produção total de 460,7 mil toneladas (correspondente a 18,4 milhões de cx. 25 kg), produtividade de 78.556 kg/ha e 5,9 mil hectares de área plantada. Comparativamente à safra de 2020/21, os resultados atuais apresentaram variações negativas para área (-5,3%), para produção (-5,5%) e na produtividade (-0,2%).
Trigo
Em relação ao plantio para cultura do trigo no Estado, o levantamento prevê uma retração de área e produção de 9,1% em relação à safra passada, atingindo 89,9 mil hectares e 264,1 mil toneladas. Apesar de outras fontes indicarem um incremento significativo na área plantada, o levantamento de fevereiro não confirmou essa tendência. Com relação ao triticale, os dados indicam um aumento na intenção de plantio em área de 66,8% e 66,6% em produção.
É prudente salientar que os resultados estimados refletem a situação atual das culturas e dependem, entre outros fatores, da continuidade das boas condições climáticas para serem confirmadas. (Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento)
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