Elmiro de Deus
DE PALMAS (TO)
A cadeia produtiva do pequi no Tocantins ganha um reforço para incentivar a geração de emprego e renda aos pequenos produtores. O Governo do Estado, por meio de uma equipe técnica, juntamente com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), e a empresa Naturale discutem a implantação de um projeto agroindústria para o processamento do pequi em dois municípios, Brejinho de Nazaré e Guaraí. As propostas iniciais foram debatidas na última quinta-feira, 25, na sala de reunião da Secretaria da Indústria e Comércio do Estado (SICS).
A intenção é que o processamento nos dois municípios inicie, ainda, nesta próxima safra do pequi, que estende de setembro a fevereiro, como uma central de colhimento e processamento do pequi. A ideia, inicial e, a longo prazo, processar o pequi in natura, embalado e produzir subprodutos (farinha, óleo, polpa, entre outros), agregando mais valor ao produto.
De acordo com o empresário da Naturale, José Arcanjo, essa é uma atividade extrativista que já tem a comercialização garantida, além de atender o mercado interno, a empresa exporta os produtos do pequi para países da União Europeia. “Há uma demanda promissora, na safra passada conseguimos exportar 14 toneladas de pequi, agora nesta próxima pretendemos dobrar para 28 toneladas, pois é um mercado aberto e garantido, possibilitando a geração de renda para milhares de tocantinenses”, ressaltou.
Reunião entre empresários, poder público e parceiros ocorreu na última
quinta, 25, em Palmas. (Foto Elmiro de Deus / Governo do Tocantins)
Parceria
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), parceira no projeto, é responsável por contribuir, junto com os órgãos do Estado, na organização da coleta extrativista, na logística, beneficiamento, capacitação de boas práticas e a inserção do produto nos mercados, interno e externo. “É importante essa parceria, e assim, contribuir para essa atividade lucrativa, pois o pequi no Tocantins está presente na maioria dos municípios com muito potencial de transformação embora pouco trabalhado ainda, mas acreditamos que estas centrais de recolhimento e processamento irão contribuir como mais uma alternativa de geração de renda, bem como o acesso a novos mercados”, destacou a engenheira de Alimentos da Seagro, Verônica Gonçalves França.
A engenheira disse que também é importante salientar a sustentabilidade ambiental da atividade, porque com a coleta do fruto tende a ter uma redução nas queimadas e desmatamentos no Estado, pois será mais vantajoso para os produtores manter o cerrado produtivo para o extrativismo.
O gerente de sistemas produtivos da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, Marcondes Martins, destaca que para atender esta e outras demandas, tanto do mercado nacional e internacional será elaborado um plano de ação para agregar valor a este e a outros produtos do bioma do Cerrado. “Lembrando que o saco do pequi bruto sai a R$ 6,00, se este mesmo produto for processado, embalado a vácuo, passa a valer R$ 35,00, por isso, pode se tornar uma importante fonte de renda para estas comunidades”.
A prefeita de Guaraí, Lyres Ferneda, explicou que as condições são favoráveis para a implantação da agroindústria, no município. “Temos a matéria-prima, mão-de-obra disponível, uma demanda pelo produto e um mercado promissor que garante o sucesso da atividade produtiva”, disse.
São parceiros no projeto, a Secretaria da Indústria e Comércio e Serviço Seagro, Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), OCB, Instituto de Desenvolvimento Rural no Tocantins (Ruraltins). (Da Seagro)
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