Criada em 01/04/2018 às 19h22 | Agronegócio

Gaúcho radicado no Piauí, produtor que atua desde 2005 no Matopiba reclama de falta de infraestrutura e insegurança jurídica

“Da porteira para dentro é perfeito; o que nos pega é a falta de infraestrutura e custo das estradas”, reclama o agricultor. As dificuldades fundiárias no Piauí já fizeram muitos sulistas “quebrar” e abandonar o projeto da nova fronteira.

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Um dos pontos relevantes abordados na reportagem é a insegurança jurídica sobre o domínio das terras que preocupa os empresários rurais (foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo)

“Tudo o que é dentro da porteira é perfeito, a gente se adapta e não tem nenhuma dificuldade. O que nos pega é a falta de infraestrutura, o custo das estradas, as dificuldades com energia elétrica e com regularização fundiária.”

A frase é de Leivandro Fritzen, 41 anos, gaúcho de Humaitá, no noroeste do Rio Grande do Sul, sobre as dificuldades que encontra para produzir no sul do Piauí, Estado que forma a fronteira agrícola do Matopiba. Ele trabalha desde 2005 no Estado, atraído por terras mais baratas para expandir os negócios e garantir o futuro dos filhos e netos.

O relato da vida da família Fritzen, radicada hoje em Bom Jesus (PI), foi feito pelo jornalista Marcos Tosi na reportagem intitulada “Matopiba: onde tudo é em escala gigante, inclusive os problemas”, publicada pela Gazeta do Povo, do Paraná.

“Como outros pioneiros desta nova fronteira, a família Fritzen vendeu tudo no Rio Grande do Sul em 2005 – no caso deles, 400 hectares de terra – para apostar alto no Matopiba. Se o desafio era ganhar escala, o sucesso foi incontestável: hoje cultivam 19 mil hectares com grãos, criam gado em outros 4 mil hectares e ainda têm uma reserva de 6 mil hectares para abrir para a agricultura – sem contar os cerca de 10 mil hectares de proteção ambiental obrigatória, que no Cerrado é de no mínimo 35% da área dos imóveis rurais”, informa Tosi.

Um dos pontos relevantes abordados na reportagem é a insegurança jurídica sobre o domínio das terras que preocupa os empresários rurais. “Compramos títulos de um processo de regularização de 50 anos atrás. Agora o governo, que faz correição todo ano nos cartórios, vem e diz que houve problemas na transmissão das matrículas. E quer regularizar de novo. Agora que a terra está produzindo, valorizada e bonita, o governo estadual quer vendê-las outra vez. Isso revolta a gente”. O custo desta “revenda” é de cerca de R$ 330 reais por hectare. “O problema não é só o preço, é a demora para regularização, que pode levar vários anos”, afirma Fritzen.

Ainda conforme a reportagem, as dificuldades fundiárias no Piauí já fizeram muitos sulistas “quebrar” e abandonar o projeto da nova fronteira. É que sem títulos reconhecidos, os produtores não têm acesso ao seguro nem aos financiamentos com juros controlados pelo governo federal. Na safra 2015/16, quando a estiagem derrubou a colheita pela metade, pelo menos 30 famílias de empreendedores da região da Serra do Quilombo venderam tudo para pagar as despesas e ir embora.

Clique aqui e veja a matéria jornalística na íntegra

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