A produção mundial de ração aumentou 2,30% em 2021, para 1.235 bilhão de toneladas, aponta a 11ª pesquisa “Perspectivas do Setor Agroalimentar da Alltech para 2022”, divulgada pela companhia global de nutrição animal.
Os principais países produtores de ração em 2021 foram China (261 milhões de toneladas); Estados Unidos (231.5 milhões de toneladas); Brasil (80.09 milhões de toneladas); Índia (44.05 milhões de toneladas); México (38.85 milhões de toneladas); Espanha (35.58 milhões de toneladas); Rússia (33 milhões de toneladas); Turquia (25.3 milhões de toneladas); Japão (24.79 milhões de toneladas) e Alemanha (24.5 milhões de toneladas). Esses dez países, somados, representam 65% da produção mundial de ração, indicou a Alltech, em nota. “Os números mostram ainda que a produção de ração desses países aumentou em 4,40%, em comparação com o crescimento global de 2,30%.”
A pesquisa, que é feita anualmente, inclui dados de mais de 140 países e mais de 28.000 fábricas de ração.
A Alltech destaca ainda, a China, que registrou o maior aumento na produção em 2021 em relação a 2020, com 8,90% de crescimento. “A tonelagem de ração comercial aumentou, impulsionada em particular pelo crescimento e pela contínua modernização do setor de suinocultura”, indicou a nota.
Após a séria crise de Peste Suína Africana (PSA) na China, que dizimou pelo menos metade do seu plantel, o gigante asiático passou a investir em criações modernas de suínos a fim de evitar novas contaminações e que substituíram aquelas granjas “de fundo de quintal”, que eram predominantes na suinocultura chinesa.
Desta forma, segundo a pesquisa, a produção de ração suína aumentou significativamente em 2021, na base de 6,60%. “Este crescimento foi impulsionado principalmente pela recuperação da Peste Suína Africana (PSA) na região da Ásia-Pacífico”, informou a nota. “Japão, Coreia do Sul, Malásia e China demonstraram essa recuperação da PSA, mas Indonésia, Mianmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã continuaram a sentir o impacto da doença.”
Já o setor avícola experimentou uma ligeira redução na tonelagem de ração para aves poedeiras (queda de 1,40%), enquanto a produção de ração para frangos de corte aumentou (2,30%). Segundo a Alltech, o negócio de aves poedeiras vem enfrentando desafios em muitos países, por causa dos altos custos de matérias-primas, somados aos preços de ovos no varejo estacionados e/ou baixos. “As preocupações com o bem-estar animal também são um ponto importante deste cenário, uma vez que a produção ao ar livre e fora de gaiolas está em ascensão em muitos países.” Na Europa, as quedas mais significativas ocorreram na Noruega, Rússia, Ucrânia e Polônia. A região da Ásia-Pacífico também observou uma redução, ainda que a tonelagem na Austrália tenha crescido 4%.
O setor de frangos de corte, por sua vez, tem sido auxiliado pelo aumento da demanda por proteínas fáceis de cozinhar, já que os restaurantes fecharam durante a pandemia, além de ser uma opção frente ao aumento dos preços de outras proteínas animais. China e Índia foram responsáveis pelos aumentos mais significativos na Ásia-Pacífico. Na América Latina, Peru, Brasil, Paraguai e México contribuíram significativamente para o aumento de 5% da região.
Bovinos de leite também consumiram mais ração globalmente, indica a pesquisa. O crescimento na produção foi de 1,9%. “O maior aumento foi observado na região da Ásia-Pacífico, sobretudo na Índia.” Segundo a Alltech, à medida que os bloqueios do Covid-19 diminuíam ao redor do mundo, a reabertura da indústria hoteleira e da educação presencial em sala de aula ajudou a aumentar o consumo de leite de maneira geral. Na Austrália e na Nova Zelândia, as tonelagens de ração para a indústria leiteira caíram 6,70% e 2,50%, respectivamente.
A produção de ração para bovinos de corte caiu 1,90%. “A indústria continua a ser desafiada pelas regulamentações dos gases de efeito estufa, pelas percepções do meio ambiente e pelos impactos na saúde”, indicou a pesquisa. “Os mercados europeus estão especialmente focados na redução das emissões de gases do efeito estufa, em um esforço para se alinhar com a COP26, o Acordo Verde da União Europeia e a Carta de Sustentabilidade dos Alimentos para Animais – 2030 da Federação Europeia de Fabricantes de Rações”, indicou. “Já os Estados Unidos tiveram um aumento na produção de novilhos e novilhas devido aos adiamentos de 2020, bem como um recorde na demanda de exportação de carne.”
A Argentina, por sua vez, observou uma redução significativa na produção de ração para gado de corte em razão da diminuição das exportações, à alta inflação e à desvalorização da moeda local, que também estão afetando o poder de compra dos argentinos, embora as regulamentações de exportação estejam diminuindo e possam impactar as perspectivas da Argentina para 2022. (Da SNA)
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