Um ano e 94 dias depois de ter sua vinda adiada, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, enfim, deve desembarcar em solo tocantinense. A convite da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO) e do governo do Estado, o senador licenciado pelo Mato Grosso é esperado no final da manhã desta quinta-feira, dia 15, no município de Caseara (258 km de Palmas) para a abertura oficial do plantio de soja no Estado.
A última vez que havia previsão de sua vinda ao Tocantins foi em 29 de novembro de 2016, para o lançamento do programa “Agro+TO”, que prevê medidas para desburocratizar as demandas no âmbito da gestão estadual. Entretanto, na véspera da data, o Mapa decidiu cancelar a cerimônia por causa da repercussão negativa da operação “Reis do Gado”, da Polícia Federal, que mirou o Palácio Araguaia – o governador Marcelo Miranda foi alvo de condução coercitiva e seu irmão, José Edimar Brito Júnior, e o secretário de Infraestrutura, Sérgio Leão, foram presos. Eles foram liberados pela Justiça dias depois.
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CONFIRA OS DETALHES SOBRE O ADIAMENTO DO AGRO+TO EM 2016
Mapa e Estado não se entenderam até o momento sobre responsabilidades em relação ao “Agro+TO”. Enquanto isso, o produtor do Tocantins segue sem benefícios do programa. Benefícios que não se tem nem mesmo conhecimento.
Em abril de 2017, o Norte Agropecuário fez ampla reportagem sobre os anseios de produtores e empreendedores do campo de vários segmentos e regiões do Estado. Em geral, os responsáveis pelo setor da economia que sustenta o Tocantins informaram que necessitariam do governo do Estado, entre outras coisas, redução da burocracia, infraestrutura mínima adequada, carga tributária justa e iniciativas para atrair indústrias, uma forma de o Estado não ser um mero produtor e passar a processar seus produtos, gerando mais empregos e renda.
OS ADIAMENTOS
Havia previsão de lançamento do Agro+TO na Agrotins em 2017, mas nem mesmo Blairo Maggi e o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, comparecerem na feira, que pelo quinto ano consecutivo foi aberta em Palmas sem a presença do titular do Mapa.
Outro impasse envolvendo o programa foi a questão do plano de ação, o conjunto de medidas e propostas a serem desburocratizadas em benefício do produtor. O Mapa, em novembro de 2016, não havia feito nenhuma menção à necessidade deste plano para que o Agro+TO pudesse ser lançado no Tocantins.
Já, em 2017, o Mapa alegou que o motivo de o programa não ter sido viabilizado era o referido plano. A Secretaria de Agricultura do Estado, por sua vez, admitiu que não possuía o plano. Depois, informou ter elaborado o documento, mas não divulgou seu conteúdo até o momento.
PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
No Tocantins, a expectativa é que Blairo Maggi “presenteie” os produtores com anúncios de benefícios. Mas, também terá perguntas a responder. A principal delas é: qual o motivo que o levou a não dar prosseguimento ao projeto de desenvolvimento do Matopiba, sepultado em sua gestão.
Esperamos que, com a força e credibilidade da Aprosoja, o ministro traga boas novas aos produtores rurais do Estado, que estão ávidos por fatos e proposições concretas que se não ajudarem, pelo menos não prejudiquem e destravem as amarras da burocracia.
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