O Brasil é o maior exportador de carne de frango do planeta e está em segundo lugar na produção desta proteína ficando atrás dos Estados Unidos e ultrapassando a China, que ocupa agora em terceiro lugar.
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, uma série de fatores positivos culminaram para esta colocação do Brasil. “Começamos a conquistar esta posição de grande produtor e exportador há mais de vinte anos, durante o primeiro grande episódio de influenza aviária na Europa, EUA e outros país. Naquele momento, o Brasil foi chamado para complementar esta produção, à época reduzida em virtude da influenza”.
Apoios
Ricardo Santin citou que, naquele cenário, recebeu apoio da Apex-Brasil, do Governo Federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Agricultura, Ministério da Indústria e Comércio que, juntos, fizeram o Brasil galgar postos cada vez melhores. “Tudo isso aconteceu somado ao povo brasileiro vocacionado a produzir alimentos saudáveis, com qualidade, responsabilidade e sustentabilidade”.
Produção recorde
Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil bateu recorde de produção de carne de frango no primeiro trimestre de 2023. Foram 3,4 milhões de toneladas desse alimento.
Atualmente, mais de 160 países acessam os produtos de frango do Brasil, resultando no aumento da produção. Em média, 30% desta produção é destinada à exportação. “O Brasil não exporta o que está sobrando; e sim, produz para exportar. Ele aumenta a oferta no mercado interno e também as exportações; que agora, no período de janeiro a maio, teve sua produção elevada em 10% em volume e receita”, disse o presidente da ABPA.
Estimativas
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que até o final deste ano o Brasil deva exportar 4,5 milhões de toneladas. Cerca de 10,6 milhões de toneladas ficam para o mercado interno. Desta forma, 71 % são consumidos pela população local, calculando uma média de 51 quilos por habitante, anualmente. Os dados confirmam que a carne de frango é a proteína animal mais consumida no país.
O volume produzido do Brasil, neste ano, deve ser de 15,6 milhões de toneladas, de acordo com as estimativas da Conab.
EUA: Produção de frango em laboratório
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aprovou, nesta semana, a venda carne de frango cultivada em laboratório, iniciando um novo mercado no país. A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) afirmou que a carne é segura para consumo.
Neste contexto, Ricardo Santin não considera esta novidade como uma ameaça, nem algo que venha a substituir a produção convencional, uma vez que o Brasil abate cerca de 25 milhões de aves por dia e produz mais de 1.350 ovos por segundo. São produções que atendem 160 mercados no mundo. O Brasil produz mais de 6,8 bilhões de frango por ano.
“Os níveis de produção de carne de laboratório são bem incipientes com custos elevados e altíssimos gastos de energia. Tudo isso deve ser levado em conta, quando se compara com a criação natural. Temos, no Brasil, uma grande preocupação com o bem-estar do animal e com o meio ambiente, já que a produção brasileira é uma das mais sustentáveis do mundo”.
Próximos 20 anos
As pesquisas falam que, nos próximos 20 anos, essas tecnologias de carne produzida em laboratório ou mesmo de manipulação genética, devem ter em torno de 4% do mercado.
“Vejo esta produção em laboratório como um novo nicho. Assim como existem os veganos e vegetarianos, existirá, agora, o nicho de clientes de frango de laboratório. É um público disposto a pagar bem mais caro e também enfrentar os desafios relacionados à sustentabilidade da produção, finalizou Ricardo Santin. (Da SNA)
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