Edvânia Peregrini
De Palmas (TO)
Com o próprio sistema de cultivo de peixes, e visando o aproveitamento completo da produção, as escolas de Tempo Integral (ETI) Agroecológica Professor Fidêncio Bogo, situada em Taquaruçu Grande; Marcos Freire, no Assentamento São João; e Almirante Tamandaré, na quadra 1.306 Sul, estão recebendo capacitação sobre o beneficiamento de pescado. O curso está sendo ministrado pela bióloga Cassia Bento Sobreira, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), na cozinha da Escola Fidêncio Bogo, às merendeiras das três unidades. Na sexta-feira, 14, ocorreu o segundo módulo da capacitação.
A proposta, conforme explica a bióloga Cassia Bento, foi uma solicitação da escola, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), e em parceria com a Entreposto Safra Pescados, que doou a parte do peixe amazônicos, para que as ETIs rurais que realizam o cultivo de peixes tenham mais opções para o melhor aproveitamento do produto na alimentação escolar.
“São três escolas que criam peixes, e nós estamos ensinando receitas que vão além do peixe frito e de molho, como é normalmente utilizado. Aqui ensinamos outras possibilidades com o aproveitamento integral do pescado. Esse curso está sendo realizado em três etapas, no primeiro módulo nos ensinamos a limpar e filetar o peixe, e nesta segunda, estamos trabalhando com as receitas de hambúrguer, caldo, pirão e quibe”, explicou, acrescentando que último módulo está agendado para a próxima sexta-feira, 21, com receitas de torta, escondidinho e escabeche de peixe.
Para a diretora da Escola Fidêncio Bogo, Joselaine Kelly, a inserção do pescado na alimentação dos alunos já é uma prática comum implementada pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Então para nós, esse curso, essa formação faz todo sentido e traz de fato o que é comida de verdade. E, qualificar os nossos profissionais, melhorar o nosso cardápio, e aprimorar e enriquecer com um produto que é criado no chão da nossa escola nos deixa muito satisfeitos”, ressaltou, acrescentando ainda que a essa cultura, além de ser agregada a alimentação, torna-se também objeto de estudo na matriz curricular.
“Nós temos aqui um componente curricular chamado zootecnia e aí, a partir desse componente curricular, nós estudamos todas as culturas. Aqui dentro, além da piscicultura nós desenvolvimentos a apicultura, temos aqui um meliponário; temos avicultura, dentre outros objetos de estudo. Então nos sentimos extremamente satisfeitos em relação a essa parceria construída no decorrer da nossa jornada, aqui com o Ruraltins, por meio da Seder e da Educação. É uma alegria imensa contribuir com o debate e com a construção do conhecimento, essa é a nossa missão”, completou.
A engenheira de aquicultura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), Maíra Zambonato Dorneles, que acompanha a atividade piscicultura nessas escolas, destacou ainda que a prática integra o aprendizado escolar aos aprendizados zootécnicos. Na parte de matemática, de cálculo, eles aprendem a densidade, o tamanho do peixe, quanto tempo leva para crescer, quanto pode vender depois, integrando com o ensino de sala de aula”, explicou.
Com a missão de alcançar melhor aceitação dos 543 alunos, a merendeira Roseane Barbosa dos Santos Ferreira, da ETI Fidêncio Bogo, ficou satisfeita com as novas receitas. “Foi nos ensinado várias formas de fazer o peixe, sendo que a gente tinha o hábito de fazer somente frito, e agora ficou mais fácil trabalhar com essas receitas”, destacou Roseane.
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