Criada em 25/08/2018 às 09h35 | Meio Ambiente

Intervenções do MPF em decisões da ANVISA e CTNBio trazem insegurança jurídica e administrativa ao País, diz SRB

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) avalia que o Ministério Público Federal atua de forma ideológica e discricionária sobre decisão de órgãos técnicos, criando insegurança institucional e trazendo prejuízos à atividade agropecuária no país.

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No início do mês, o MPF já havia suspendido na justiça os registros de todos os defensivos que contenham glifosato. (Foto Divulgação Web)

Recentes intervenções do Ministério Público Federal (MPF) em entidades de pesquisa colocam em risco a segurança jurídica no agronegócio e desestimulam o uso de novas tecnologias no campo, afirma a Sociedade Rural Brasileira (SRB). Na última segunda-feira, dia 20 de agosto, o órgão anunciou a proibição comercial das sementes transgênicas de milho (MON 87411, MON 87460 e 3272). No início do mês, o MPF já havia suspendido na justiça os registros de todos os defensivos que contenham glifosato.

No caso das sementes de milho, a ação pública movida pelos procuradores condena a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão responsável pela liberação dos produtos, a anular os processos administrativos referentes à comercialização. Já no episódio do glifosato, o MPF contesta a competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em ambas ações, as medidas do MPF soam direcionadas por uma postura de militância ideológica, carente de fundamentação jurídica.

Investida contra a CTNBioa

Regulamentada em 2005, a CTNBio é formada por pesquisadores de reconhecida competência técnica e científica, com grau acadêmico de doutor e destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente. “A iniciativa autoritária do MPF de desconsiderar a credibilidade da metodologia de organismos competentes desestimula o investimento em pesquisa no Brasil”, diz Marcelo Vieira, presidente da SRB.

Para a entidade, a liminar do MPF afronta o direito constitucional da CTNBio, assegurado pela lei nº 11.105. O órgão foi criado como uma instância colegiada multidisciplinar, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia com a afinalidade de prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa aos Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

O Ministério Público proibiu ainda a importação de sementes transgênicas originárias de países que não fazem parte da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica e do Protocolo de Cartagena, entre eles os Estados Unidos. A medida, portanto, impõe prejuízos econômicos ao setor. “O milho, que já sofreu os impactos negativos do clima sobre as lavouras, é determinante para cumprir uma estimativa positiva na safra de grãos 2017/2018”, enfatiza Vieira.

O glifosato e a Anvisa

No início do mês de agosto, o Ministério Público contestou a competência da Anvisa ao conseguir na justiça do Distrito Federal a suspensão dos registros de todos os defensivos que contenham glifosato. A proibição da substância, que assegurava aos produtores rurais uma produção moderna e ecologicamente responsável, representa mais uma ação do MPF capaz de colocar em risco a posição do Brasil como referência mundial em produção de alimentos.

No fim da tarde desta quinta-feira, 23 de agosto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, informou a cassação da decisão judicial após recurso movido pela Advocacia-Geral da União (AGU). No recurso, a AGU defende que a proibição geraria grave risco à ordem econômica e impacto de bilhões de reais para a balança comercial. Para a SRB, a decisão garante mais tranquilidade para o produtor rural no plantio da nova safra, mas também reforça o caráter arbitrário da ação do Ministério Público.

Sobre a SRB

Fundada em 1919, a Sociedade Rural Brasileira trabalha há quase um século com políticas públicas e iniciativas voltadas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. Formada em sua origem por produtores rurais dotados da convicção de modernizar constantemente o setor, seja pelo melhoramento tecnológico, pelo ambiente regulatório e pelo aumento da produtividade, a SRB insere-se em pleno século XXI como uma plataforma de intermediação entre os diversos elos dessa cadeia produtiva. Solucionar conflitos, gerar consensos e encontrar soluções são os conceitos-chaves para que o agro brasileiro continue sendo cada vez mais eficiente, competitivo e sustentável. (Da Ascom SRB)

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