A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) declarou nesta quarta-feira (10) que está convencida de que as relações comerciais entre o Brasil e os países árabes poderão ser intensificadas. A declaração foi feita em jantar promovido pelo Ministério em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA) com objetivo de fortalecer a parcerias comercial entre o agro brasileiro e o mundo islâmico.
Ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a ministra Tereza Cristina destacou aos 37 embaixadores árabes presentes no jantar que “o Brasil e o mundo islâmico estão unidos por laços de amizade sólidos e longevos”. O anfitrião do jantar foi o presidente da CNA, João Martins, que deu as boas-vindas aos convidados.
Numa breve fala, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu o convite para participar do jantar e afirmou que “esses laços comerciais cada vez mais se transformem em laços de amizade, de respeito e fraternidade”.
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Bolsonaro ressaltou que no Brasil vivem pessoas do mundo todo em boa convivência e que o país “prima pela democracia e pela liberdade”. O presidente disse que pretende visitar os países árabes em breve. O nosso governo está de braços abertos a todos, sem exceção”, concluiu Bolsonaro.
A ministra sinalizou que a relação comercial, para ser duradoura e permanente, deve se basear “na complementariedade das duas economias envolvidas” e, principalmente, na confiança construída entre os países ao longo de mais de um século.
“É com base nessa confiança e no dinamismo das trocas já estabelecidas que estou convencida de que essas relações têm tudo para intensificar-se muito mais num futuro imediato”.
Em um breve discurso, Tereza Cristina citou alguns aspectos históricos e culturais que marcam a relação entre o Brasil e o mundo árabe, como a fé muçulmana, hoje professada por mais de um milhão de brasileiros.
“Hoje, os dois grupos, tanto os brasileiros de fé muçulmana, quanto os originários desse universo cultural aqui, convivem irmanados com os brasileiros de toda origem e de toda fé. E vivem orgulhosos da contribuição que prestaram e prestam para que aqui se assentasse uma sociedade plural e dinâmica, que tem na convivência pacífica um de seus valores fundamentais”
A ministra ressaltou que a irmandade transcendeu o mundo cultural e contribuiu para o estabelecimento de uma parceria comercial intensa entre o Brasil e os países de maioria islâmica. Tereza Cristina enfatizou que as nações que compõem a Organização para Cooperação Islâmica absorvem 19% das exportações agropecuárias brasileiras.
“Em 2018, isso representou uma cifra de nada menos que US$ 16 bilhões. Neste montante, estão compreendidos 58% de nossas vendas de cana de açúcar, 37% das carnes de frango e 23% das carnes bovinas. Números assim não são frutos do acaso”, afirmou.
Tereza Cristina lembrou que essa relação se deve às condições singulares do Brasil, como abundância de terras, água, capacidade tecnológica do setor agroindustrial e a credibilidade do setor produtivo brasileiro.
“Tudo isso fez do Brasil um grande produtor de alimentos que ainda está longe de esgotar todo seu potencial. Como poucos países no mundo temos condições de continuar expandindo nossa produção de maneira social, econômica e ambientalmente sustentável. Em outras palavras, contribuímos e continuaremos a contribuir para a segurança alimentar e nutricional de todo o planeta, fornecendo alimentos de qualidade a preços justos a mais de 1 bilhão de pessoas por dia”.
A ministra reiterou que o Brasil segue os princípios do mercado islâmico na expansão do agronegócio, bem como as exigências dos consumidores árabes, que conhecem e aprovam os produtos brasileiros.
Tereza Cristina também destacou que o Brasil se orgulha de ser hoje um dos maiores exportadores de proteína halal do mundo.
Por fim, a ministra elogiou o princípio do mundo islâmico “de olhar para o futuro sem perder o alicerce da tradição” e reafirmou que o legado da amizade e cooperação dos parceiros comerciais.
Para o ministro Ernesto Araújo, o jantar é “a mostra da amizade que se consolida com todos os países”. O chanceler destacou que a oportunidade de reunir representantes dos dois países serviu para mostrar que “ o agro é uma força do Brasil no mundo".
Também presente no encontro, o deputado Eduardo Bolsonaro, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, afirmou que a realização do jantar mostra a boa vontade de Jair Bolsonaro com a comunidade islâmica e da comunidade com o presidente.
"Há um bom relacionamento e há a esperança de que o Brasil continue a ter essa boa relação comercial. A comunidade árabe, que tem muita gente aqui, está marcada no coração do presidente", disse o deputado.
O embaixador palestino, Ibrahim Mohamed Alamin Alhussain, também se manifestou sobre a importância do evento: "O jantar foi muito importante para conversar com presidente e chanceler, a ministra e manter as relações de amizade com o Brasil. Nós apostamos no Brasil".
O presidente da CNA, João Martins, acrescentou que o encontro foi uma oportunidade para mostrar a relevância de todos os parceiros comerciais. "O jantar foi para mostrar a todos que o Brasil não distingue quem quer que seja; temos de produzir alimentos para o mundo. E seremos os maiores produtores de alimento do mundo." (Do Mapa)
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