Criada em 02/07/2019 às 16h56 | Agronegócio

“Ainda não é ideal e cláusulas não podem ser imutáveis", diz Sociedade Rural Brasileira sobre acordo Mercosul-UE

A Sociedade Rural Brasileira parabenizou o governo quanto ao acordo Mercosul-UE, mas fez algumas ressalvas. Para a entidade, o tratado assegura abertura econômica e mais competitividade para produção brasileira, mas ainda será preciso renegociar algumas cotas no futuro.

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SRB afirma que algumas cotas de produtos agrícolas oferecidas pelo bloco europeu ainda ficaram abaixo do esperado, principalmente as menos de 100 mil toneladas para carne bovina. (Foto Divulgação Web)

Em nota enviada à imprensa, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) parabenizou o governo brasileiro na figura da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pelo acordo Mercosul/União Europeia, oficializado na última sexta-feira, 28, em Bruxelas.  De acordo com a SRB, o tratado ainda não garante todas as condições para um bom relacionamento entre os dois blocos, “mas representa um passo importante rumo ao processo de modernização e abertura econômica, sendo especialmente vantajoso para o agronegócio.”

A SRB cita as informações do Ministério da Agricultura quanto aos produtos agrícolas de interesse do Brasil que terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas, café solúvel, peixe e óleos vegetais. Exportadores brasileiros também terão acesso preferencial para carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel.

Para a SRB, a retirada completa ou parcial das tarifas melhora a competitividade dos produtos brasileiros em relação aos concorrentes. Nos últimos anos, países como México, Canadá, Austrália e Indonésia vinham firmando bons acordos comerciais e ampliando significativamente a participação no mercado mundial. “É importante nos posicionarmos comemorando o acordo, que não atende a todas nossas necessidades de uma boa relação comercial com a UE, mas inicia um novo relacionamento que deverá ser renegociado sempre que possível”, diz o presidente da SRB, Marcelo Vieira.

Vieira revela que havia uma cautela especial do Mercosul em concluir o acordo, já que as contrapartidas obtidas pelo bloco precisariam ser compatíveis às garantias à União Europeia, que passaria a explorar um amplo e crescente mercado consumidor. Com a oficialização do tratado, o presidente da SRB admite que algumas cotas de produtos agrícolas oferecidas pelo bloco europeu ainda ficaram abaixo do esperado, principalmente as menos de 100 mil toneladas para carne bovina.

A SRB exalta a importância das cláusulas de renegociação automática nos volumes das cotas agora negociadas. “A economia do Mercosul deverá crescer, o que, consequentemente, ampliará o tamanho do mercado obtido de forma preferencial pelos europeus”, diz Vieira. “As cotas não podem permanecer imutáveis, representando ainda relativamente menos aos benefícios a serem obtidos pelos europeus”, conclui Vieira. (Com informações SRB)

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