Criada em 23/06/2023 às 09h29 | Agronegócio

Publicação do Ital aponta que bebidas à base de plantas comercializadas no país são seguras

O material intitulado “Bebidas Plant-Based Industrializadas: alimentos alternativos para alimentação e nutrição” faz uma análise comparativa de 178 bebidas à base de plantas, de 40 marcas comercializadas no Brasil, a partir das informações contidas nos rótulos.

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Publicação do Ital aponta que bebidas à base de plantas comercializadas no país são seguras. (Foto: Divulgação)

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, apresentou, no último dia 14 de junho, mais uma publicação da série Alimentos Industrializados 2030. Lançado durante o evento Bio Brazil Fair, que aconteceu na capital paulista, a atual publicação se volta às alternativas vegetais disponíveis para as bebidas lácteas. O material intitulado “Bebidas Plant-Based Industrializadas: alimentos alternativos para alimentação e nutrição” faz uma análise comparativa de 178 bebidas à base de plantas, de 40 marcas comercializadas no Brasil, a partir das informações contidas nos rótulos sobre seus ingredientes e nutrientes. Os resultados são suficientes para derrubar vários mitos sobre esses alimentos industrializados.

Para o assessor de assuntos institucionais do Ital, Luis Madi, que coordena o projeto Alimentos Industrializados 2030, o estudo visa difundir conhecimento em busca de um melhor entendimento da ciência e tecnologia dos alimentos por parte da sociedade brasileira. “Trata-se de mais um passo alinhado à missão do Ital de contribuir para a evolução das áreas de alimentos, bebidas e embalagens, de forma a levar benefícios ao consumidor e à sociedade, dessa vez com foco na cadeia de bebidas plant-based, estratégica para o estado de São Paulo e para o Brasil”, comenta Madi.

Atenta às tendências de consumo, a publicação, fruto da parceria do Ital com The Good Food Institute (GFI Brasil), ressalta que a diversidade de produtos existentes no mercado impede que sejam feitas alegações genéricas sobre seu conteúdo nutricional e que, de modo geral, as bebidas plant-based podem fazer parte de uma dieta nutritiva e equilibrada. De acordo com a matéria-prima utilizada, os produtos foram analisados em diferentes categorias de vegetais: cereais, leguminosas, oleaginosas, frutos e bases mistas.

O documento aponta algumas tendências de consumo que têm levado o público a procurar produtos do tipo. Entre elas, estão a preocupação com a saúde, através da obtenção de nutrientes como vitaminas, minerais, fibras e gorduras saudáveis, e com a sustentabilidade, a partir da percepção do consumidor de que alimentos plant-based são menos demandantes de recursos naturais. Além disso, as empresas têm buscado atender às expectativas de consumo, como, por exemplo, características sensoriais mais próximas ao leite de origem animal.

Mitos e verdades em um mercado diverso

Na publicação o Ital e o GFI analisaram uma série de critérios referentes às bebidas plant-based, buscando traçar o panorama dos produtos comercializados no Brasil e separar o que é informação confiável e o que há de inverdade quando se aborda o tema. No que se refere à sustentabilidade, ficou demonstrado que há uma relevante variação entre os produtos no que diz respeito ao impacto ambiental, uma vez que, de acordo com a literatura científica apresentada, matérias-primas como aveia ou batata são substancialmente menos demandantes de recursos que amêndoas, por exemplo, e produzem menor impacto climático.

Quanto aos aspectos nutricionais, também ficou evidenciada grande variabilidade, em função da base vegetal utilizada e da adição ou não de outros ingredientes nos produtos analisados. Nesse ponto, o trabalho se propõe a apontar e combater alguns mitos por vezes propagados sobre esse tipo de alimento. Assim, informa-se que as bebidas plant-based industrializadas podem, sim, conter quantidades expressivas de proteína, fibras alimentares, vitaminas (inclusive B12) e minerais, a despeito de, por vezes, ser dito incorretamente o contrário. Da mesma forma, é mostrado que o teor calórico varia bastante, de acordo com a marca e tipo de produto, sendo que apenas uma pequena parte (menos de 3%) ultrapassa 150 kcal por porção de 200 mL. Não é correto, portanto, apontar as bebidas à base de plantas como alimentos altamente calóricos quando a realidade observada é justo a contrária, na maior parte das vezes. Da mesma forma, apesar de haver variação entre os produtos analisados, a grande maioria apresenta baixos níveis de açúcares e de gorduras saturadas, além de ser isenta de gorduras trans. Quanto ao sódio, predominaram as bebidas com teor considerado baixo ou muito baixo. A publicação está disponível na íntegra e gratuitamente através do link https://ital.agricultura.sp.gov.br/documento/plant-based/. (Da SAA)

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