As atividades agrícolas recorrem ao uso de fertilizantes para aumentar a produtividade e fornecer o equilíbrio de nutrientes ao solo. Mas, para o Brasil, a utilização deste insumo continua sendo um gargalo, uma vez que o País ainda não produz adubo a contento e precisar importar cerca de 85% deste produto, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Senado
O Senado realizou, no último 6 de julho, uma sessão para debater sobre o potencial de produção de fertilizantes no Brasil e sobre a ampliação do número de países que exporta este insumo para a agricultura brasileira. A produção de adubos orgânicos e a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes também foram temas discutidos na reunião.
O propositor da sessão, senador Laércio Oliveira (PP-SE), afirmou este cenário se gravou com a permanência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já dura 16 meses, e continua agravando tanto a dependência do Brasil para aquisição de fertilizantes como a situação econômica.
Expectativas
Para Jacyr Costa Filho, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a produção brasileira deve continuar crescendo e essa dependência vai aumentar ainda mais se não houver providências de incentivo à produção local. “Outro percalço refere-se ao aumento do custo destas importações, porque existe uma tendência em nível mundial de elevação do preço do frete marítimo, principalmente em virtude da redução de emissões e da possível taxação destes embarques neste tipo de transporte”.
Mudança tributária
O Conselheiro da FIESP acredita que para incentivar a produção local é fundamental que haja uma mudança tributária. “Hoje o tributo incide mais sobre a produção nacional do que na importação. Então existe uma distorção muito grave e que precisa ser corrigida. Além disso, nós temos que desburocratizar e facilitar a produção local, em especial, do Cloreto de potássio, que é o principal insumo para a maior cultura brasileira, que é a soja”.
Queda no preço dos fertilizantes
Informações divulgadas pelo Rabobank apontam que os preços dos fertilizantes vêm caindo bastante ao longo de 2023. O preço da Ureia, por exemplo, já apresentou uma queda de, aproximadamente, 40% desde o início do ano, chegando aos portos brasileiros abaixo dos USD 300/tonelada CFR, algo não visto desde janeiro de 2021. Esta tendência deve permanecer também para o fosfato monoamônico (MAP) e para o Cloreto de potássio (KCl) até o restante do ano.
“Isso deve-se a um movimento de normalização do mercado. No período da Pandemia houve uma alta muito expressiva, quando o fluxo de suprimentos foi interrompido. Porém, o Brasil conseguiu passar essa fase crítica e, com isso, os preços estão voltando ao normal, o que é muito bom para o produtor, porque gera uma maior competividade, especialmente nesse momento de queda nos preços dos principais produtos exportados pelo Brasil”, concluiu Jacyr Costa Filho. (Da SNA)
Deixe um comentário