Criada em 22/07/2018 às 11h00 | Pecuária

Gado é apreendido por fiscais federais em fazenda que oferecia risco de contaminação da doença da vaca louca no Brasil

Era servido aos animais cama de aviário, um subproduto da criação de aves composta pelos restos de comida e fezes destes animais que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína. A prática é proibida pelo Mapa.

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O Brasil é considerado país com risco desprezível de vaca louca, já que a maior parte do gado é alimentada a pasto, o que garante diferencial no mercado exportador de carne bovina (foto: Semagro/Divulgação)

Operação feita por fiscais federais flagrou cerca de 60 animais alimentados com cama de aviário em Conchas, no interior de São Paulo, o que é um fator de risco para o surgimento de casos de vaca louca, a Encefalopatia Espongiforme Bovina. 

O flagrante ocorreu na terça-feira, 17 de julho, durante fiscalização surpresa, com apoio da Polícia Ambiental e da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, informa o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), em comunicado.

Conforme a Anffa Sindical, os bovinos serão encaminhados para matadouros regidos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para separação do Material de Risco Específico (MRE). Após a retirada de partes de risco, o SIF vai avaliar a possibilidade de liberar parte da carne para consumo.

O Brasil é considerado país com risco desprezível de vaca louca, já que a maior parte do gado é alimentada a pasto, o que garante diferencial no mercado exportador de carne bovina.

“Nós realizamos, periodicamente, fiscalizações surpresas nas propriedades rurais para garantir que o País continue livre da vaca louca”, informa no comunicado o auditor fiscal agropecuário, Jean Joaquim, responsável pela equipe que realizou a fiscalização.

A vaca louca pode atacar o sistema nervoso central dos animais, levando à paralisia, e é transmissível ao ser humano. Uma das formas de contaminação entre os animais é o canibalismo, que é o consumo de carne da mesma espécie. A cama de aviário é um subproduto da criação de aves. Ela é composta pelos restos de comida e fezes destes animais que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína.

Quando o produtor, por medida de economia, alimenta o gado com este material, produz o canibalismo, pois os bovinos passam a ingerir proteínas deles mesmos, que estão nos restos de alimentos e nas fezes das aves.

É PROIBIDO

A prática é proibida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por ser um fator de risco para o surgimento de casos de Vaca Louca, cientificamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina.

Por ser um subproduto da criação de aves, a cama aviária pode conter comida e fezes de aves que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína. Se fornecido o subproduto ao gado, há o risco da ingestão de proteínas bovinas, produzindo canibalismo.

O QUE DIZ O MAPA?

Conforme a Instrução Normativa 8/2004 do Ministério da Agricultura, é vedada “a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal”. A normativa inclui nessa proibição expressamente a cama de aviário e resíduos da criação de suínos.

“Hoje em dia evita-se qualquer produto de origem animal na alimentação para ruminantes, como bovinos e caprinos, para evitar encefalopatia. Isso inclui a cama de aviário. Não que a galinha seja hospedeira, mas é uma prerrogativa para resguardar o país, além de uma série de medidas”, explica Clarissa Vaz, médica veterinária e pesquisadora da Embrapa Aves e Suínos, de Concórdia (SC). (Com informações do Estadão e Gazeta do Povo)

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