Operação feita por fiscais federais flagrou cerca de 60 animais alimentados com cama de aviário em Conchas, no interior de São Paulo, o que é um fator de risco para o surgimento de casos de vaca louca, a Encefalopatia Espongiforme Bovina.
O flagrante ocorreu na terça-feira, 17 de julho, durante fiscalização surpresa, com apoio da Polícia Ambiental e da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, informa o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), em comunicado.
Conforme a Anffa Sindical, os bovinos serão encaminhados para matadouros regidos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para separação do Material de Risco Específico (MRE). Após a retirada de partes de risco, o SIF vai avaliar a possibilidade de liberar parte da carne para consumo.
O Brasil é considerado país com risco desprezível de vaca louca, já que a maior parte do gado é alimentada a pasto, o que garante diferencial no mercado exportador de carne bovina.
“Nós realizamos, periodicamente, fiscalizações surpresas nas propriedades rurais para garantir que o País continue livre da vaca louca”, informa no comunicado o auditor fiscal agropecuário, Jean Joaquim, responsável pela equipe que realizou a fiscalização.
A vaca louca pode atacar o sistema nervoso central dos animais, levando à paralisia, e é transmissível ao ser humano. Uma das formas de contaminação entre os animais é o canibalismo, que é o consumo de carne da mesma espécie. A cama de aviário é um subproduto da criação de aves. Ela é composta pelos restos de comida e fezes destes animais que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína.
Quando o produtor, por medida de economia, alimenta o gado com este material, produz o canibalismo, pois os bovinos passam a ingerir proteínas deles mesmos, que estão nos restos de alimentos e nas fezes das aves.
É PROIBIDO
A prática é proibida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por ser um fator de risco para o surgimento de casos de Vaca Louca, cientificamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina.
Por ser um subproduto da criação de aves, a cama aviária pode conter comida e fezes de aves que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína. Se fornecido o subproduto ao gado, há o risco da ingestão de proteínas bovinas, produzindo canibalismo.
O QUE DIZ O MAPA?
Conforme a Instrução Normativa 8/2004 do Ministério da Agricultura, é vedada “a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal”. A normativa inclui nessa proibição expressamente a cama de aviário e resíduos da criação de suínos.
“Hoje em dia evita-se qualquer produto de origem animal na alimentação para ruminantes, como bovinos e caprinos, para evitar encefalopatia. Isso inclui a cama de aviário. Não que a galinha seja hospedeira, mas é uma prerrogativa para resguardar o país, além de uma série de medidas”, explica Clarissa Vaz, médica veterinária e pesquisadora da Embrapa Aves e Suínos, de Concórdia (SC). (Com informações do Estadão e Gazeta do Povo)
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