A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia informou que as exportações de soja brasileira em janeiro registraram um recorde de 2.469.702 toneladas.
O volume é 80% maior do que o embarcado no mesmo mês do ano passado, de um pouco mais de 49.000 toneladas. Além disso, supera o recorde anterior de janeiro de 2019, quando foram exportadas 2.035.100 toneladas.
Para fevereiro, a estimativa de embarques baseada na programação dos navios (line up), segundo a Secex, deverá totalizar 7 milhões de toneladas. Já a a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que 9.9 milhões de toneladas de soja sejam embarcadas em fevereiro, levando em consideração o line up. A projeção também representa um recorde para o mês.
Analistas observam que o movimento de aceleração dos embarques, em paralelo à quebra da safra 2021/22, tem favorecido uma alta dos prêmios no mercado nacional. Segundo os especialistas, esse movimento poderia aumentar a competitividade da soja dos EUA em detrimento do produto brasileiro.
“Os prêmios da soja em Paranaguá continuam subindo, dando sustentação para os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT). Na medida em que os prêmios sobem, a soja americana vai ficando mais barata em relação à brasileira, o que potencialmente aumentará o volume americano de exportações”, explica a equipe da Agrinvest.
Chuvas
Para a analista do Rabobank, Marcela Marini, as exportações de soja em janeiro ficaram aquém das expectativas devido às chuvas que afetaram as operações nos portos, especialmente em Santos e no Norte e Nordeste, além da forte concorrência para o escoamento do milho. Problemas para a realização da colheita devido às chuvas em Mato Grosso também limitaram os embarques.
“Teve a competição com o milho e a baixa disponibilidade de soja em janeiro. Muitas tradings venderam muitos embarques em janeiro, assumindo que teríamos muita soja, isso acabou não acontecendo”, afirma Marini. Segundo ela, muitos embarques, que só podem ser realizados sem chuvas, devem ser postergados para fevereiro, e o gargalo logístico pode prosseguir neste mês, dependendo do clima.
Os grandes volumes esperados em fevereiro também se devem à demanda da China, maior importador global, que tem buscado mais soja no Brasil do que nos EUA.
Avanço da colheita
A analista do Raobank informa que, nos próximos meses, a situação logística deve melhorar com um maior avanço da colheita. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 29 de janeiro o País havia colhido 12,30% da área, e também com um tempo mais seco.
“Veremos um avanço, que vai ajudar a formação de carga nos portos. O tempo deve ajudar, já que chuvas começam a diminuir a partir de março e abril”, destacou Marini.
Milho
Com relação ao milho, a Anec prevê embarques de 447.404 toneladas para fevereiro, um recuo em relação às 508.400 toneladas registradas no mesmo período do ano anterior, em meio a uma quebra na safra do cereal de verão. Em janeiro, segundo a associação, as exportações de milho totalizaram 2.29 milhões de toneladas, contra 2.16 milhões no mesmo mês de 2021. (Da SNA)
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