Daniel Machado
De Brasília (DF)
O aumento do preço internacional e o mercado aberto do exterior para o algodão tocantinense fez com que as exportações da fibra crescessem muito no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, o Estado vendeu para o exterior 2.455 toneladas de algodão por US$ 5,08 (cerca de R$ 30 milhões).
Em dinheiro, o aumento chegou a 543%. Já em volume, a elevação também foi muito significativa, atingindo 347%. Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal para transações comerciais internacionais.
Conforme o engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia (Produção Vegetal) e pesquisador da Embrapa no Tocantins, Valdinei Sofiatti, o aumento das exportações de algodão no Estado tem ocorrido pela destinação do produto, mesmo com a área sendo mantidas nos últimos anos. “Os preços estão muito altos, em dólar, inclusive, só comparados aos níveis de 2011. Os preços atuais são quase 100% acima da média histórica”, ressalta Sofiatti.
Ele explica que o algodão tocantinense é cultivado, basicamente, em três regiões: Campos Lindos, entre Aparecida do Rio Negro e Tocantínia e na fronteira com a Bahia no Sudeste do Estado. “Há espaço para plantar em outras regiões, mas esse aumento de área depende da rentabilidade e hoje os preços de milho e da soja também estão muito altos”, detalha.
Embora vantajosa, o algodão é uma cultura cara, o que pode afastar muitos produtores rurais. Hoje, o Tocantins tem uma área de algodão de 5,4 mil hectares, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Paquistão é disparado principal comprador do Tocantins
As exportações de algodão do Tocantins em 2022 se concentram em seis países. Todos asiáticos ou com uma parte na Ásia, caso da Turquia. O maior comprador do Estado é, disparado, o Paquistão, com mais US$ 3,16 milhões em algodão. O valor corresponde a 62%. Vietnã, com 13%, e Bangladesch, com 10%, vem na segunda e na terceira posições respectivamente. Completam a lista a Indonésia, com 6%, a Turquia, com 5%, e a Malásia, com 3%.
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