Depois de severas críticas e ampla repercussão negativa, o seminário intitulado "Luta, resistência e esperança contra o agronegócio e a pandemia", foi adiado. O evento estava programado para ocorrer de 21 a 25 de setembro, no Tocantins, e que tinha como uma das realizadoras a recém-criada Universidade Federal do Norte do Tocantins, com sede em Araguaína (TO). A informação é da Superintendência de Comunicação (Sucom) da UFT (Universidade Federal do Tocantins).
Ainda no comunicado, a UFT informa que as artes dos banner divulgadas por meio de redes sociais não foram autorizadas pelos organizadores. E que o tema, conforme o título divulgado nos banners, não se referia negativamente ao agronegócio. Outro equívoco, conforme a UFT, é a relação dos promotores da discussão. “Cumpre observar que o Seminário Bem Viver não será realizado em setembro, não havendo data definida para a sua realização, de forma que a data informada na arte, diga-se, sem aprovação colegiada, também se encontra equivocada, assim como as disposições das marcas dos realizadores e apoiadores”, diz comunicado oficial da Sucom encaminhado ao Norte Agropecuário.
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AS REAÇÕES
Reagiram ao evento, os presidentes da Associação de Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO), Maurício Buffon, e do Sindicato Rural de Araguaína (SRA), Wagner Borges. “É lamentável que uma universidade pública participe de um evento com um título desses. São temas totalmente separados. Não pode ser tratado desta forma. [Os organizadores] que tratem da forma que quiserem ideologias políticas, mas tratar pandemia e agronegócio como resistência é um desserviço que fazem para a sociedade”, disse Buffon, que fez um desafio aos organizadores: “Eu desafio: não utilizem nada do agro até o dia deste evento. Tenho certeza que eles nem lá no evento chegarão. Não vão se alimentar e não vão trabalhar. Descartem o agro da vida para ver se conseguem chegar até este evento”.
Já, Borges declarou: "É uma visão muito arcaica, fora da realidade, muito radical e sem fundamento. [O agronegócio] é uma atividade que carrega o nosso país nas costas. Representa 43% do PIB, são em torno de 20 milhões de empregos".
BANNER EQUIVOCADO
Sobre a divulgação, a UFT informou: “A Coordenação do IX Seminário Bem Viver Indígena vem a público esclarecer que o folder divulgado no dia 26 de agosto de 2020, por WhatsApp e outras redes sociais não condiz com o tema proposto do evento deste ano, tendo sido a arte divulgada, equivocadamente, antes da aprovação dos Colegiados do Núcleo de Desenvolvimento de Práticas Sociais, Mestrado em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais e a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins’”.
A UFT divulgou ainda que houve no dia 28 de agosto uma reunião dos chamados colegiados, quando foram definidos os temas. “Em reunião dos colegiados realizada no dia 28 de agosto de 2020, o tema aprovado e que efetivamente pautará as reflexões se volta para a agricultura familiar e problemas sociais e econômicos motivados pelos impactos da pandemia causada pelo Corona Vírus [sic], responsável da Covid-19. Essa temática se mostra emergente como objeto de reflexão na universidade tendo em vista os efeitos sobre as populações, mormente as tradicionais, mais impactadas pela carência na assistência médico-hospitalar’”, informa a Sucom.
Ao final do comunicado, a UFT defende a realização do evento, com outro foco: “Por fim, cabe ressaltar, que o Bem Viver é um evento voltado ao pequeno homem do campo, ao agricultor familiar, aos povos tradicionais e às comunidades indígenas assim como aos povos das cidades, às comunidades e à sociedade geral, com olhar agroecológico/ambiental voltado à preservação de direitos humanos, educacionais, fraternais que visam preservar e desenvolver a solidariedade e a igualdade, respeitando sempre a liberdade, o direito à autonomia e ao protagonismo de todos os povos, o direito à dignidade da vida das presentes e futuras gerações”.
Veja a manifestação da universidade na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Coordenação do IX Seminário Bem Viver Indígena vem a público esclarecer que o folder divulgado no dia 26 de agosto de 2020, por WhatsApp e outras redes sociais não condiz com o tema proposto do evento deste ano, tendo sido a arte divulgada, equivocadamente, antes da aprovação dos Colegiados do Núcleo de Desenvolvimento de Práticas Sociais, Mestrado em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais e a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins.
Em reunião dos colegiados realizada no dia 28 de agosto de 2020, o tema aprovado e que efetivamente pautará as reflexões se volta para a agricultura familiar e problemas sociais e econômicos motivados pelos impactos da pandemia causada pelo Corona Vírus, responsável da Covid-19. Essa temática se mostra emergente como objeto de reflexão na universidade tendo em vista os efeitos sobre as populações, mormente as tradicionais, mais impactadas pela carência na assistência médico-hospitalar.
Cumpre observar que o Seminário Bem Viver não será realizado em setembro, não havendo data definida para a sua realização, de forma que a data informada na arte, diga-se, sem aprovação colegiada, também se encontra equivocada, assim como as disposições das marcas dos realizadores e apoiadores.
Por fim, cabe ressaltar, que o Bem Viver é um evento voltado ao pequeno homem do campo, ao agricultor familiar, aos povos tradicionais e às comunidades indígenas assim como aos povos das cidades, às comunidades e à sociedade geral, com olhar agroecológico/ambiental voltado à preservação de direitos humanos, educacionais, fraternais que visam preservar e desenvolver a solidariedade e a igualdade, respeitando sempre a liberdade, o direito à autonomia e ao protagonismo de todos os povos, o direito à dignidade da vida das presentes e futuras gerações.
Sempre respeitando os princípios educacionais e oferecendo o que há de melhor em matéria de ensino, pesquisa e extensão, agradecemos a compreensão.
Cordialmente,
Danielle Mastelari Levorato
Coordenação Geral
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