Criada em 10/12/2021 às 08h57 | Exportações

Embargo chinês impõe segundo mês de queda consecutiva nas exportações de carne do Tocantins

Para Faet, situação não preocupa, mas é uma alerta para a busca de diversificação de parceiros. O país mais populoso do mundo é, desde o final de 2019, o principal comprador de proteína animal do Estado.

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Em novembro, o Tocantins comercializou para o exterior 5,3 mil toneladas de carne por US$ 23,78 milhões (R$ 134,53 milhões). (Foto: Divulgação)

Daniel Machado 
De Brasília (DF)

Depois de uma redução importante em outubro, as exportações de carne bovina do Tocantins caíram pelo segundo mês consecutivo em novembro. A situação é reflexo direto da suspensão das importações de carne brasileira feitas pela China. O país mais populoso do mundo é, desde o final de 2019, o principal comprador de proteína animal do Estado.

Em novembro, o Tocantins comercializou para o exterior 5,3 mil toneladas de carne por US$ 23,78 milhões (R$ 134,53 milhões). O valor é 32% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, enquanto a redução em volume ficou em 37%.

As quedas são semelhantes às apuradas em outubro de 2021 na comparação com o mesmo mês de 2020 – 33% em dinheiro e 38% em volume.

Com dois meses de redução consecutivos, o acumulado do ano de janeiro a novembro começa a ser afetado. Nestes primeiros 11 meses de 2021, o Tocantins vendeu para o exterior 71,5 mil toneladas de carne por US$ 342,7 milhões (R$ 1,93 bilhão). O valor é 12% superior ao apurado de janeiro a novembro de 2020, mas o volume teve redução de 4%.

Mesmo sem comprar carne do Tocantins nos últimos dois meses, os chineses seguem sendo os maiores compradores do ano com muita folga, alcançando 55% de toda a proteína animal vendida pelo Estado para o Exterior.

Na segunda colocação, com 10%, está Hong Kong, que é uma região especial chinesa com certa autonomia. A Rússia vem no terceiro posto, com 8%.

Redução não preocupa, mas serve de alerta

Para o presidente da Faet (Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins), Paulo Carneiro, não há preocupação, por enquanto, pela redução das exportações em outubro e novembro, pois a indústria e os produtores têm buscando outros mercados. No entanto, ele foi claro ao dizer que isso serve de alerta. “Isso também serve de alerta para os exportadores, pois não podemos ficar em um mercado só. A China é importante, mas não podemos deixar de buscar novos horizontes”, ressaltou.

Para ele, a China continental vai voltar a comprar a carne brasileira, pois o gigante asiático possui uma população muito grande e não tem produção de proteína animal bovina para atender tantas pessoas.
Segundo Carneiro, o produtor precisa estar preparado para esse tipo de problema. Ele lembrou que a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) e o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estão trabalhando para suspender o embargo à carne brasileira.

Os chineses suspenderam as importações do Brasil depois de aparecimento de casos isolados do mal da vaca em alguns bovinos brasileiros.

Sobre a Faet, Carneiro ressaltou que a entidade, em conjunto com a Embrapa, seguirá trabalhando para levar conhecimento, tecnologia e técnicas de melhoramento genético dos animais aos produtores rurais.

Principais números das exportações de carne de janeiro a novembro:

Total exportado em volume - 71,5 mil toneladas;
Total em dinheiro – US$ 342 milhões (R$ 1,9 bilhão)
Principal comprador de carne tocantinense: China, com 55%

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