Criada em 14/12/2017 às 12h22 | Pecuária

Controle do carrapato bovino é feito com medidas preventivas, alerta veterinário; boi de 'sangue doce’ deve ser descartado"

“Os animais que constantemente estão infestados, destoando do rebanho, chamados popularmente de ‘animais de sangue doce’, devem ser descartados”, afirma o médico Raul Mascarenhas Santana, da Embrapa Pecuária Sudeste.

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Neste período, a infestação de carrapatos em bovinos aumenta (Foto: Gisele Rosso/ Embrapa Pecuária Sudeste/Divulgação)

Gisele Rosso
DE SÃO CARLOS (SP)

Nesta época do ano, com altas temperaturas e muita umidade, a infestação de carrapatos em bovinos aumenta. Esses parasitas causam uma série de problemas nos animais, como perda de peso, lesões na pele e anemia. Segundo o veterinário Raul Mascarenhas Santana, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), os carrapatos também são transmissores dos hemoparasitas causadores da tristeza parasitária bovina (TPB), doença que tem alto índice de mortalidade nos rebanhos, principalmente em animais jovens.

Além de afetar a saúde e o bem-estar dos bovinos, os prejuízos para o produtor são representativos. Para controlar a infestação, o pecuarista terá gastos extras na compra de carrapaticida, medicamentos veterinários para tratamento dos bovinos, construção de banheiros de aspersão, entre outros. Ainda, há diminuição na produção de leite e carne.

Algumas ações preventivas podem reduzir o número de carrapatos na propriedade. O produtor deve fazer rotação de pastagens para diminuir a quantidade de parasitas no pasto. Além disso, deve optar por raças de animais mais resistentes, diminuindo a necessidade de tratamentos. “Os animais que constantemente estão infestados, destoando do rebanho, chamados popularmente de ‘animais de sangue doce’, devem ser descartados”, afirma o veterinário.

O controle deve ser realizado ainda na primavera com um acaricida com mais de 90% de eficácia, com intervalos de 21 dias, até que se consiga uma infestação baixa (cerca de 20 carrapatos/animal). De acordo com Santana, é preciso atuar nos animais de forma estratégica nos meses de seca, fase em que o parasita está mais susceptível às condições ambientais.

Outra recomendação importante é usar o carrapaticida de forma correta, de acordo com as concentrações indicadas pelo fabricante. A utilização indiscriminada pode resultar na presença de resíduos no leite, na carne e no meio ambiente. Outro problema do uso incorreto e intenso está relacionado à resistência do carrapato aos produtos disponíveis no mercado. (Embrapa Pecuária Sudeste)

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