Elmiro de Deus
De Palmas (TO)
As condições climáticas causaram impactos significativos na produção de grãos no Tocantins. Conforme dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Metereologia (INMET), o fenômeno El Niño está perdendo a força, a tendência é que no mês de abril devemos atingir uma condição de normalidade, trazendo, com isso, mais tranquilidade aos produtores quanto à condição climática.
A soja nesta safra teve ampliação significativa de área plantada, saindo de 1,32 milhão de hectares na safra 2022/2023 para mais de 1,47 milhão de hectares na safra 2023/2024, entretanto, de acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve ser menor, muito influenciada pela ampliação da janela de plantio, pois à medida que se retardou a semeadura, tende-se a ter menores rendimentos.
Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura e Pecuária ( Seagro), Thadeu Teixeira Júnior, as previsões de armazenamento de água no solo, considerando uma capacidade de 100mm, permanecem em bons níveis pensando em plantio da segunda safra, contudo, a dilação da janela de soja deve proporcionar ampliação do cultivo de culturas como gergelim e sorgo, diminuindo, assim, a área de milho segunda safra.
“A previsão para os próximos dez dias mostram que para a região central sul do Tocantins, os volumes de chuvas deverão ser pequenos, permitindo ampliação da colheita da soja, que se encontra bem abaixo (45% da área colhida) se comparando com ano anterior (90% da área colhida), conforme informações levantadas pela Secretaria da Agricultura”, explica o engenheiro.
Já para a região Norte do Estado os volumes devem ser maiores, com isso, os produtores devem ficar atentos às condições de solo e fitossanitária para a colheita da soja e plantio da segunda safra.
De maneira geral, a safra 2023/2024 para a produção de grãos deve ser menor que a anterior, quebrando um ciclo de crescimento dos últimos anos. “Essa diminuição aliada aos preços aplicados no momento devem impactar a balança comercial do Estado, que tem forte dependência das exportações de soja, carne bovina e milho, todas as commodities com preço abaixo do ano anterior”, finaliza Thadeu Teixeira Júnior.
(Com informações do professor e engenheiro agrônomo Thadeu Teixeira Júnior).
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