Criada em 04/11/2022 às 08h50 | Pesquisa

Ciência e tecnologia disruptiva levam inovação à indústria de alimentos

A constatação é da diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner, que participou do RISE 2022, evento de inovação, tecnologia e empreendedorismo. Segundo Sylvia, a tecnologia aliada à ciência está permitindo o surgimento de inovações.

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Segundo Sylvia, a tecnologia aliada à ciência está permitindo o surgimento de inovações nas várias etapas das cadeias produtivas, entre elas, a de comercialização. (Foto: Divulgação)

Alimentos produzidos com tecnologia disruptiva e com base científica são a nova tendência do mercado. Produtos ‘plant based’, por exemplo, elaborados à base de vegetais, estão começando a atrair a atenção de grandes empresas da indústria alimentícia.

A constatação é da diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner, que participou do RISE 2022, evento de inovação, tecnologia e empreendedorismo. O encontro foi organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), SNA e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Segundo Sylvia, a tecnologia aliada à ciência está permitindo o surgimento de inovações nas várias etapas das cadeias produtivas, entre elas, a de comercialização.

“Atualmente, o papel das tradings de commodities está mudando. Por meio da tecnologia, as tradings negociam e passam informações mais precisas sobre produtos para clientes e consolidam parcerias com os processadores.”

Além disso, observou Sylvia, “os equipamentos utilizados na produção são cada vez mais sofisticados, mais inteligentes, ou seja, fazem uso da inteligência artificial para criar bases de dados e transmitir informações para outros equipamentos, e esses dados são úteis para a gestão do produtor.”

Pesquisas e marcas

Na área de inovação, a diretora da SNA falou sobre a importância das pesquisas científicas para o desenvolvimento e melhoria de produtos e destacou que as tecnologias de laboratório conseguem diferenciar certos alimentos, “como no caso das batatas, por exemplo, que, por meio da tecnologia Crispr não ficam manchadas e duram mais tempo nas prateleiras dos supermercados.”

Por sua vez, disse Sylvia, “o fornecedor de insumos também precisa estar ligado ao que acontece no mercado, precisa saber quais são as novas tendências, como o uso de sementes sustentáveis, que necessitam de menos água.”
Sylvia lembrou ainda que é importante criar e consolidar marcas que possam conceituar os produtos, seja por sua qualidade para o consumo ou pelos benefícios à saúde.

Gestão

Para a diretora da SNA, os avanços tecnológicos são importantes na constituição de sistemas alimentares sustentáveis e na garantia da boa gestão no campo. Nesse contexto, fatores como escolha de insumos, processamento, distribuição e formas de venda ao consumidor devem ser considerados.

“As mudanças climáticas, que afetam a produção de alimentos, também devem ser bem gerenciadas, assim como a questão dos recursos hídricos e da melhoria e do bom aproveitamento dos solos. São responsabilidades do produtor”, disse Sylvia. “Toda a cadeia produtiva deve ser trabalhada”.

Varejo

No âmbito do varejo, a diretora da SNA criticou a falta de uma comunicação maior com o consumidor no processo de venda do produto e ainda na orientação a fornecedores e produtores. “Há muita informação a ser trabalhada. Precisamos também ter o costume de fazer cobranças a respeito da segurança alimentar, como a questão da validade dos alimentos.”

Ainda durante o evento, Sylvia falou sobre a importância do e-commerce (comércio eletrônico), das parcerias público-privadas e abordou outras questões como acesso ao mercado, rastreabilidade e certificação orgânica (“para garantir transparência à cadeia”), e comentou casos de adoção de padrões de sustentabilidade pelas empresas que, segundo ela, “precisam ter o respaldo de investidores e acionistas para que haja retorno.” (Da SNA)

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