O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou nesta quarta-feira, 11, o Ofício Circular nr. 24/2024, datado de 6 de setembro, onde comunica a decisão da União Europeia, de que somente animais machos serão considerados elegíveis à exportação para a UE até a implementação de protocolo privado visando fornecer as garantias de que as fêmeas nunca foram tratadas, para fins reprodutivos ou zootécnicos, com ésteres de estradiol. A medida entra em vigor no dia 6 de outubro.
O estradiol é utilizado em protocolos de IATF (inseminação artificial em tempo fixo).
O período de implementação estimado para tal protocolo é de 12 meses, segundo o documento, podendo ser abreviado ou estendido, conforme cronograma a seguir:
- 0-2 meses: Adaptação e aperfeiçoamento do sistema;
- 2-4 meses: Acreditação e treinamento das certificadoras;
- 4-8 meses: Ciclo de certificação para os estabelecimentos ERAS sob o protocolo paraestradiol; e
- 8-12 meses: Tempo necessário para formação dos lotes de animais elegíveis naspropriedades certificadas sob o novo protocolo.
Para o pecuarista Ronan Salgueiro, diretor da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), os produtores rurais foram surpreendidos pela medida, "uma vez que a Europa nunca impôs nenhuma restrição ao uso do estradiol pelas propriedades, que tem no produto uma forma de melhorar a produtividade do rebanho", afirmou.
Segundo ele, a União Europeia é um importante mercado para a pecuária do Brasil, que sempre foi um parceiro exigente e remunera bem pela carne importada. "O Brasil perde muito com isso, vai reduzir o faturamento." Além disso, segundo Salgueiro, tem o lado das propriedades também, que se preparam, investem em rastreabilidade e em certificação, medidas que têm custo alto, adotadas com expectativa de bonificação pelas chamadas Cota Hilton e Lista Trace por quem compra".
Na avaliação de Ronan Salgueiro, o Mato Grosso do Sul tem 256 propriedades listadas no Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos), estando aptas a exportar. Algumas delas não trabalham com fêmeas, mas quem trabalha com cria, recria e engorda para esse mercado externo, vai ser duramente afetado por um tempo.
Numa perspectiva geral, avalia o pecuarista, as exportações brasileiras serão bastante afetadas e isso acaba respingando no mercado como um todo, incluindo externo e externo e justamente num período em que a arroba do gado gordo vem se recuperando de um longo tempo de baixas cotações. (Da Caarapo News)
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