Dados do GPS do avião interceptado pela Força Aérea Brasileira no espaço aéreo de Goiás, carregado com 653 kg de cocaína, confirmam que ele voava com plano de voo falso e que, na verdade, tinha decolado com a carga na Bolívia e não da fazenda da Amaggi, em Mato Grosso. A área pertence à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Em sua conta no Twitter, Blairo Maggi se manifestou sobre o episódio. “Sobre o caso do avião, é lamentável ter passado por um vexame público desnecessário. Agradeço aos que apoiaram a mim e a Amaggi! Obrigado!”, publicou.
Ele já havia se manifestado após a empresa ter divulgado nota para a imprensa. “Estou acompanhando as investigações da FAB sobre o local de decolagem da aeronave. Quando confirmado, informo. A fazenda Itamarati (região de Campo Novo do Parecis) arrendada pela Amaggi é extensa e enfrenta como MT a ação vulnerável do tráfico. MT [Mato Grosso} é um estado continental, vulnerável à ação do tráfico internacional pelas fronteiras que possui. Local da decolagem da aeronave na fazenda arrendada pela Amaggi será investigado. Piloto, que está desaparecido, tem que prestar informação”, afirmou.
DEPOIMENTO DO PILOTO
A prova técnica confirma o depoimento do piloto Apoena Índio do Brasil Siqueira Rocha e do copiloto Fabiano Júnior da Silva, presos em Jussara, no interior goiano, na noite de segunda-feira, 26, e trazidos para a sede da Polícia Federal, em Goiânia, onde as investigações se concentram.
O GPS revelou que o bimotor prefixo PT IIJ com a droga tinha partido de Cuiabá às 4 horas de domingo, chegando à Bolívia às 6h40. Após ser carregado com os sacos de cocaína, decolou com destino a Jussara às 7h40.
Com a trajetória revelada pelo GPS, a PF descartou a possibilidade de o bimotor com vários fardos de cocaína ter decolado da Fazenda Itamarati do Norte, um imóvel arrendado pelo Grupo Amaggi, e pertencente ao ministro da Agricultura Blairo Maggi, em Mato Grosso.
No plano de voo falso também aparecia que o bimotor tinha o destino uma pista em Santo Antônio do Laverger, em Mato Grosso, mas, em depoimento, o piloto confessou que a droga seria entregue em Jussara. O município é considerado rota de tráfico, mas nunca houve grandes apreensões na região.
Duvidando que o destino final da carga seja mesmo Jussara, o foco da polícia agora é identificar as siglas encontradas nos fardos, onde constam "SP", "CR7" e "NETO", e assim localizar o real destino e os donos da cocaína.
O volume apreendido foi o maior registrado em 2017 pela Polícia Militar de Goiás, que atuou com helicópteros após a queda da aeronave, apreendendo a carga que foi entregue na PF. (Com informações do Estadão)
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