Criada em 26/12/2021 às 16h20 | Grãos

Exportações de milho do Estado do Tocantins caem 14% em dinheiro e 23% em volume

Aprosoja-TO projeta números muito melhores em 2022 e destaca grande potencial de crescimento do cereal. “Na próxima safra devemos aumentar muito esses números. Acreditamos que no ano que vem teremos condições muito positivas para o milho”, diz o diretor da Aprosoja-TO, Maurício Buffon.

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Buffon: “O milho é muito importante, pois usamos as mesmas terras de soja. Não precisamos de novas áreas. Aumentar a produção é uma questão de investir em maquinário, e tecnologia” (foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA/Divulgação)

DANIEL MACHADO
DE BRASÍLIA (DF)

A quebra de safra de milho em 2021 em quase 40% trouxe reflexos diretos para as exportações. A venda do cereal para o exterior caiu 14% em dinheiro e 23% em volume de janeiro a novembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

O milho é o terceiro maior ativo agropecuário do Estado, somente atrás da soja e da carne bovina. Ao todo, no período o Tocantins exportou quase 477 mil toneladas de milho por US$ 84,45 milhões (mais de R$ 478 milhões).

Nos primeiros 11 meses do ano passado, a exportação de milho em dinheiro gerou US$ 98,22 milhões (R$ 557 milhões na cotação de agora). O total de milho vendido de janeiro a novembro de 2020 para o exterior alcançou 623 mil toneladas.

Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial de informações do governo federal sobre transações comerciais internacionais.

Para o diretor-tesoureiro da Aprosoja-TO (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins), Maurício Buffon, não há qualquer dúvida que a quebra de safra causada por questões climáticas afetou diretamente os números de exportação. “Essa retração tem como resultado aquela quebra de safra, devido às chuvas de abril e maio, que impactaram diretamente no volume de milho produzido no Estado”, destacou Buffon.

Em 2021, a colheita da soja atrasou bastante, por causa das fortes chuvas que atingiram o Estado no final de janeiro e início de fevereiro. Esse atraso retardou o plantio do milho, fazendo que o cultivo do cereal fosse feito fora da janela ideal, provocando essa cadeia de prejuízos com quebra de safra.

Buffon fez questão, também, de ressaltar a importância das exportações, destacando a circulação de dinheiro para o Estado. “A exportação é muito importante para a balança comercial do Brasil como um todo, e até para a circulação de dinheiro do mercado interno”, pontuou.

Por outro lado, as expectativas futuras para o milho são muito positivas. “Na próxima safra devemos aumentar muito esses números. Acreditamos que no ano que vem teremos condições muito positivas para o milho. O milho é muito importante, pois usamos as mesmas terras de soja. Não precisamos de novas áreas. Aumentar a produção é uma questão de investir em maquinário, e tecnologia”, frisou.

Há uma tendência internacional de a demanda por milho aumentar cada vez mais, o que poderia potencializar as exportações do cereal pelo Brasil e pelo Tocantins. “Nós acreditamos que logo, logo o milho estará nos mesmos patamares de exportação que a soja devido ao potencial do Estado e a grande área que pode ser utilizada para a plantação de milho”, finalizou Buffon.

Espanha e Egito são os principais clientes do Tocantins

Com a compra de 29% de todo o valor arrecadado com a exportação de milho do Tocantins, a Espanha é a principal cliente do Estado. O país ibérico adquiriu 144 mil toneladas de milho tocantinense por US$ 24,7 milhões (cerca de R$ 140 milhões).

Na segunda colocação aparece o Egito, com 25%. No total do ano, os egípcios compraram 121,8 mil toneladas por US$ 21,2 milhões (cerca de R$ 120 milhões).

Depois desses outros países, ainda se destacam o Japão, com 12% e a Itália, com 6%.

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