Criada em 12/08/2022 às 16h24 | Pesquisa

Carteirização, diz presidente do SRA sobre ação de frigoríficos, que cobra redução do preço da carne para consumidor e orienta produtor

Em entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio, Wagner Martins Borges analisa ações de empreendimentos como JBS, que concedeu férias coletivas aos colaboradores. “O produtor não deve entregar seu produto nesses patamares. Os custos de produção aumentaram”, disse o pecuarista.

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Ao analisar o movimento de frigoríficos brasileiros, como as férias coletivas do Grupo JBS, e a ‘saída das compras’ de outras plantas em outros Estados, o presidente do Sindicato Rural de Araguaína (TO), Wagner Martins Borges, deu um depoimento contundente em entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio, de Palmas (TO), apresentado pelo jornalista Cristiano Machado.

“É uma atuação mercadológica, onde a indústria tenta baixar o preço. E não está baixando para o consumidor, que não tem vantagem com isso. Os intermediários estão ganhando muito. Sempre observamos recorde de exportações e faturamentos altos. Parece a carteirização de todo o sistema, com o produtor e consumidor levando muito prejuízo”, disse.

Para o agropecuarista, “isso tem que ser revisto”. “O produtor não deve entregar seu produto nesses patamares. Os custos de produção aumentaram”, complementou, citando alguns dos produtos utilizados pelos produtores. “A situação é complicada. Atitude como esta é um tiro no pé. É matar a galinha de ovos de ouro”, lamentou.

Wagner Borges relatou que os leilões estão estagnados e que “produtor não compra os bezerros”. Em sua opinião, se o preço baixasse na gôndola, a economia seria aquecida. E deve haver um aquecimento já que boa parcela da população começa a receber o Auxílio Brasil de R$ 600. “O produtor não pode apavorar. Ele deve diminuir o gado confinado e diminuir a oferta para regular o mercado. Mas, o que precisa mesmo é baixar os preços na gôndola”, declarou.

Situação delicada

Mais cedo, também no programa, o consultor de mercado Márcio Cotini abordou o assunto. Para ele, trata-se de estratégia utilizada em 'momentos pontuais'. A "situação delicada" vai se manter até o final de agosto, com reflexos no Brasil todo. "E o prejuízo vai ser diretamente no bolso do produtor", disse.

Sair das compras

O JBS determinou paralisações de plantas no Mato Grosso e no Pará, dois dos principais Estados produtores de bovinos no país. Outras plantas optaram por “sair das compras”, ou seja, reduzir o valor pago aos produtores. Isso trouxe, em primeiro momento, apreensão e deixou o mercado em polvorosa.

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