Welcton de Oliveira
DE PALMAS (TO)
O Tocantins possui um grande potencial no uso de plantas medicinais, isso, graças ao conhecimento popular dos antepassados que foram sendo repassados de geração em geração e a biodiversidade de plantas. Na Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2018) existe um espaço dedicado exclusivamente a este projeto que começa a ganhar força, principalmente entre os agricultores familiares e conta com apoio de instituições de pesquisa e universidades.
Atualmente o Estado conta com quatro espécies de plantas medicinais selecionadas para aprofundamento de estudos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): macaúba, hortelã, babosa e sucupira. Segundo a consultora Técnica da Secretaria Especial da Agricultura familiar e Desenvolvimento Agrário, Daniella Vasconcelos, o projeto faz parte da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e o foco é aperfeiçoar, por meio de pesquisa estas plantas para que possam ser comercializadas para o SUS e para fabricação de medicamentos e cosméticos.
“Das cinco oficinas que realizamos para iniciar este projeto no Brasil, a que desenvolvemos aqui em Palmas é a que está em fase mais adiantada e que contou com o envolvimento do maior número de pessoas e instituições de pesquisas interessadas no assunto”, disse Daniella Vasconcelos.
A diretora de Sociobiodiversidade da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrícola e Pecuária (Seagro), Marta Barbosa dos Santos, disse que a pesquisa nesta fase é fundamental para embasar o conhecimento empírico e assim alcançar boas práticas de produção. “Queremos agregar pesquisa, produção, comercialização e qualidade aos produtos para alavancar a agricultura familiar”, destacou.
A servidora da Seagro, Maria José Silva Leite que montou uma mandala com diversas plantas medicinais, explicou que uma das vantagens do cultivo destas plantas são os pequenos espaços que elas utilizam. “São plantas que podem ser cultivadas no quintal de casa e que possuem valores medicinais importantes, como a hortelã que é bronquiodilatador, possui cálcio, ferro e é antiinflamatória”, enfatizou Maria José.
Na outra ponta está a dona Maria Soares da Silva, conhecida como Maria Fininho, produtora rural familiar no Assentamento P.A. Buritirana, no município de Caseara (TO). Ela diz que está integrando o projeto, pois sempre utilizou as plantas medicinais para tratar doenças dos filhos, vizinhos e amigos. “Foi um conhecimento que aprendi com minha mãe e hoje estamos esperançosos que este projeto possa ajudar a gerar renda para nós”.
Dona Mirian Lima, residente do Assentamento Mariana, no município de Palmas, também está empolgada com o projeto. “No assentamento temos uma política de autosustentabilidade e preservação, e a medicina natural será uma fonte importante de economia,” finalizou. (Da Seagro)
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