O setor da economia que sofreu a maior queda do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016 foi a agropecuária, com uma contração de 6,6%. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 7, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o levantamento, o PIB (que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) de 2016 ficou em R$ 6,3 trilhões, uma queda de 3,6%. Segundo o IBGE, os números do PIB de 2015 e 2016 representam a maior recessão desde 1947. Em 2015, a economia brasileira já tinha recuado 3,8%.
Na avaliação dos pesquisadores, o PIB da agropecuária brasileira sofreu os efeitos da queda de produção em culturas importantes como soja e milho. Em fevereiro, o levantamento da produção agrícola feito pelo instituto apontou uma redução de 25,7% no milho, de 1,8% na soja e 2,7% na cana-de-açúcar.
“Culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa anual de produção e perda de produtividade”, resume o instituto. Na direção contrária, culturas como trigo, café e mandioca tiveram aumento de produtividade.
Foi o primeiro resultado anual negativo da agropecuária em quatro anos. A queda anterior tinha sido registrada em 2012, de 3,1%. Naquele ano, a economia brasileira como um todo tinha registrado um crescimento de 1,9%, mostra a série história do IBGE.
DEMAIS SETORES
O segmento de serviços teve um recuo de 2,7%, segundo o IBGE. Se analisado apenas o quarto trimestre, houve queda na indústria (-0,7%) e nos serviços (-0,8%) em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. Nessa base de comparação, houve crescimento de 1% na agropecuária.
Já na comparação do quarto trimestre com o mesmo período de 2015, todos os setores caíram, com destaque para o recuo de 5% na agropecuária. Indústria e serviços apresentaram retração de 2,4%.
Durante o ano de 2016, o desempenho negativo da agropecuária se deveu ao desempenho da agricultura. Já a indústria contou com uma queda de 5,2% na construção e de 2,9% na indústria extrativa mineral. Houve resultados positivos nas atividades de eletricidade e gás, esgoto e limpeza urbana com crescimento de 4,7%.
Os serviços foram puxados para baixo pela recuo do comércio, de 6,3%, e pelo resultado negativo dos outros serviços, de -3,1%. Atividades imobiliárias avançaram 0,2%.
MAGNITUDE DA QUEDA
Segundo a coordenadora de Contas Regionais do IBGE, Rebeca Palis, já houve anos em que a retração foi maior que 2016, mas nunca a economia brasileira havia somado 7,2% de queda em um biênio.
"A magnitude da queda, olhando o biênio, é a maior desde 1948", disse ela, que explicou que a série histórica do IBGE para o PIB começa em 1947, mas apenas em 1948 há dado de variação anual.
"Em outros períodos, algumas atividades econômicas davam uma segurada na economia. Nesse biênio, foi disseminado na economia toda, o que não é muito comum de acontecer. Serviços foram muito afetados, o que não acontecia muito", explicou.
O resultado negativo dos dois anos fez o PIB do país voltar para o patamar registrado no terceiro trimestre de 2010, segundo o IBGE.
No último trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre anterior e caiu 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. (Com informações da Agência Brasil e Globo Rural)
Deixe um comentário