As exportações brasileiras para a Liga Árabe somaram em 2021 US$ 14,42 bilhões, alta de 26,15% sobre o ano anterior e o melhor resultado dos últimos oito anos, segundo dados compilados pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
Entre os produtos do agro, dominantes na pauta com o bloco depois do minério de ferro, as vendas subiram 9,52%, para US$ 8,92 bilhões, com destaque para o açúcar (US$ 2,75 bilhões, -3,64%), frango (US$ 2,42 bilhões, +21,59%), milho (US$ 1,04 bilhão, -5,99%), carne bovina (US$ 920,60 milhões, -4,93%) e soja (US$ 638,13 milhões, +97,49%).
Para o secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, a alta nas vendas se deve à retomada econômica precoce dos países da Liga Árabe, principalmente os do Golfo, que, além de grandes compradores de produtos brasileiros, estão entre os primeiros a iniciar a vacinação em massa, implementar medidas sanitárias rígidas e assegurar assistência de saúde à população.
“Esse sistema [de saúde árabe], que conseguiu cuidar do ser humano, possibilitou essa retomada”, avalia Mansour. “Enquanto estávamos discutindo as questões da vacinação, a falta de leitos, os árabes estavam organizando sua terceira corrida de Fórmula 1 [GP de Jeddah]. Não é à toa que o primeiro produto da pauta foi o minério de ferro, sinal de que as indústrias locais de construção, de base e de reexportação tiveram um boom”, diz. “Não tenho dúvida que a retomada econômica dos árabes foi muito maior do que nos países desenvolvidos da Europa e da América do Norte”, sintetiza Mansour.
O executivo destaca que o aumento da demanda árabe por alimentos teve impulso importante da Expo 2020, a exposição mundial iniciada em outubro no emirado de Dubai. Mansour afirma que o evento de seis meses, além de incentivar a formação de estoques de alimentos destinados a turistas e à população local, também estimulou a ida de missões empresariais ao emirado, que resultaram em negócios com toda a Liga Árabe.
Para o secretário-geral da Câmara Árabe, a Expo 2020 contribuiu ainda no aumento das vendas de frango para os mercados árabes, num momento em que o maior comprador do produto brasileiro na região, a Arábia Saudita, segue dando prioridade e ampliando a produção avícola local no objetivo de diminuir a dependência do alimento importado.
De acordo com os dados da Câmara Árabe, em 2021, os Emirados Árabes adquiriram do Brasil US$ 692,24 milhões em frango, alta de 63,34% sobre o ano anterior, resultado que coloca o país na posição de maior mercado para o frango brasileiro no bloco de 22 países do Oriente Médio e do norte da África.
Além disso, o frango brasileiro encontrou mais espaço no Iêmen (US$ 171,77 milhões, +27,05%) e na Líbia (US$ 142,52 milhões, +90,44%), que se tornaram respectivamente o terceiro e o quinto destino para o produto na região.
“Em relação à Líbia, houve um aumento por conta da abertura de portos e acredito que o país vai estar em crescimento nos próximos anos”, sinaliza Mansour. Acesse a íntegra dos dados aqui.
(Da Assessoria)
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