O presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Inácio Afonso Kroetz, criticou o embargo judicial da exportação de gado vivo para a Turquia pelo Porto de Santos. “Manter 27 mil bovinos retidos em meio de transporte regulamentado em vários países, no qual foram legalmente embarcados, não seria, obviamente, nenhum atentado à "dignidade dos animais", se a finalidade pela qual foram embarcados estivesse sendo cumprida”, destacou.
O fórum solicita a seus membros, dirigentes e representantes estaduais “que se mobilizem no âmbito de suas competências e relações com a sociedade, em favor de solução do impasse criado com a retenção do navio carregado no Porto de Santos e, a absurda e incoerente decisão de desembarcar esses animais com a inimaginável possibilidade de retornar os mesmos "aos pastos de origem"”.
“Apelamos às autoridades competentes para que o bom senso, a legalidade e o conhecimento científico voltem a ser os balizadores de decisões, com urgência, nessa matéria, pois prejuízos totalmente desnecessários e sofrimentos inimagináveis estão sendo impingidos a pessoas e animais, enquanto as medidas legais, com base técnica e de competência não forem adotadas”, finalizou a nota.
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Leia a nota da Fonesa na íntegra:
FÓRUM NACIONAL DOS EXECUTORES DE SANIDADE AGROPECUÁRIA-FONESA
Senhores Dirigentes Estaduais de Defesa Agropecuária e a quem interessar possa,
É com imensa tristeza e preocupação que tomamos conhecimento dos atos praticados, durante os últimos dias, no Porto de Santos-SP, contra a dignidade de animais, pessoas, trabalhadores, empresários, autoridades e consumidores, protagonizados por ativistas em nome de Organizações Não Governamentais e amparados pelo Poder Judiciário.
Manter 27 mil bovinos retidos em meio de transporte regulamentado em vários países, no qual foram legalmente embarcados, não seria, obviamente, nenhum atentado à "dignidade dos animais", se a finalidade pela qual foram embarcados estivesse sendo cumprida.
O que os afeta é o não cumprimento de um complexo e muito bem planejado programa de viagem ao destino desses animais, interrompido por ações e atos praticados por pessoas que certamente não têm compreensão da dimensão do sofrimento ora impingido aos animais, prejuízos econômicos e de imagem que, mais uma vez, impacta pessoas, empresas, autoridades, consumidores e a economia do País na sua forma midiática de arbitrar relações entre ativistas irresponsáveis, com forte conotação ideológica, sem considerar os irreversíveis prejuízos a toda a cadeia produtora de alimentos e das argumentações e ações impetradas com base nas normas que amparam as legítimas autoridades fiscalizadoras da produção, transporte, processamento e comercialização de matéria prima e produtos de origem animal no Brasil, cujos ditames seguem as mais rígidas recomendações de Organismos Oficiais Internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal-OIE, na qual o Brasil é Membro Fundador, desde 1924.
A Diretoria deste Fórum Nacional de Executores-FONESA, solicita a todos os seus membros, dirigentes e representantes estaduais, que se mobilizem no âmbito de suas competências e relações com a sociedade, em favor de solução do impasse criado com a retenção do navio carregado no Porto de Santos e, a absurda e incoerente decisão de desembarcar esses animais com a inimaginável possibilidade de retornar os mesmos "aos pastos de origem".
É imperioso que a controvérsia seja sanada o mais rápido possível e, independente de quaisquer que sejam os interesses espúrios que tenham levado a esta situação; que os bovinos faltantes sejam embarcados; que não se prolongue mais essa condição angustiante para todos os envolvidos e, que os animais sigam imediatamente seu caminho, com a merecida dignidade conforme previsto nos regulamentos para a operação.
As consequências conhecidas por todos nós, sobre nossos controles oficiais de trânsito e saúde animal, sem adentrar na dimensão dos problemas em outras esferas, nos movem para que tal demonstração de falta de conhecimento da situação não venha a prosperar como consta nas decisões e matérias veiculadas em contrário às exportações de animais vivos, pois abalará de modo contundente e negativo as relações internacionais, em matéria de saúde e bem estar de animais, com o Setor Produtivo e os consumidores nacionais e internacionais.
Apelamos às Autoridades Competentes para que o bom senso, a legalidade e o conhecimento científico voltem a ser os balizadores de decisões, com URGÊNCIA, nessa matéria, pois prejuízos totalmente desnecessários e sofrimentos inimagináveis estão sendo impingidos a pessoas e animais, enquanto as medidas legais, com base técnica e de competência não forem adotadas.
Inácio Afonso Kroetz
Presidente
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