Criada em 12/02/2019 às 16h41 | Grãos

Líder do ranking da região norte, Tocantins deve produzir 4,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2018/2019, aponta Conab

Levantamento divulgado pela Conab aponta que resultado deste ciclo será 1,7% maior que o obtido no anterior. O estudo da companhia detectou ainda, conforme o Norte Agropecuário havia revelado, que toxina em lavouras de milho causou queda brusca na produção do grão.

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Redução na área de milho primeira safra do Tocantins foi de 35%, aponta estudo da Conab divulgado nesta terça-feira (foto: CNA\Divulgação)

Levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (12) coloca o Tocantins na liderança do ranking na produção de grãos entre os Estados da região norte do Brasil. Conforme o estudo, a 5ª estimativa da safra, o Tocantins deve produzir 4.658,7 toneladas de grãos no ciclo atual. O número representa aumento de 1,7% em relação à safra anterior, que foi de 4.582,0 toneladas. 

O Estado do Pará ocupa o segundo lugar do ranking, com estimativa de produção de 2.558,1 toneladas. Rondônia, com 1.984,7 toneladas, vem em terceiro.

O estudo aborda, entre outros temas, a redução da área de milho no Estado, resultado de prejuízos que afetaram os produtores em razão da existência de toxina nas lavouras. Técnicos da Conab revelaram que “houve grande redução da área de milho de primeira safra, estimada agora em 35%”. “Os baixos preços praticados, o alto custo de produção e os elevados estoques do grão, contrapondo as boas expectativas no mercado da soja, não estimularam os produtores ao plantio desta lavoura”, aponta o laudo.

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O estudo ressalta ainda que “ocorreu também uma dificuldade de comercialização do milho colhido na safrinha devido à contaminação dos grãos por aflatoxina em grandes lotes do produto no estado, e tal preocupação contribuiu para uma migração acima do esperado destes para o plantio da soja”. 

Recentemente, o Norte Agropecuário revelou, com exclusividade, os números desse prejuízo. As negociações externas de milho feitas pelos agricultores do Tocantins despencaram 72,34% em 2018 em relação a 2017. Em dinheiro, enquanto em 2017 o Estado vendeu US$ 53,31 milhões (R$ 201,51 milhões) de milho para o exterior, no ano passado o valor ficou em US$ 14,74 milhões (R$ 55,74 milhões). A diminuição, de um ano para outro, foi de US$ 38,56 milhões (R$ 145,77 milhões).

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Em entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio, o presidente da Associação dos Produtores de Milho e Soja do Tocantins (Aprosoja-TO), Maurício Buffon, lamentou o fato. “Os prejuízos são imensos. Como não tem mercado de exportação, o mercado interno ficou com preço muito difícil de trabalhar. E o produtor que acaba pagando a conta. Quando só tem a opção do mercado interno o preço do milho fica barato, acaba não remunerando bem”, disse.
O levantamento da Conab aponta ainda que “o início antecipado das chuvas e a aceleração do plantio da soja também colaboram para essa expectativa de redução de área, pois os produtores terão uma maior janela de plantio da leguminosa. Já para os agricultores familiares a expectativa de redução de área decorre principalmente da diminuição da distribuição de sementes pelos órgãos governamentais de extensão rural”.

A SOJA

Em relação ao resultado da soja, o estudo da Conab aponta que a “cultura teve sua colheita iniciada após a primeira quinzena de janeiro”. Conforme avaliação dos técnicos da companhia, “a expectativa de maior produtividade que existia no início da safra foi substituída por apreensão dos produtores em todo o estado. Veranicos que ocorreram em dezembro e janeiro prejudicaram as lavouras em todas as fases de desenvolvimento, sendo as áreas mais arenosas e de cascalho as mais atingidas”. O levantamento ressalta ainda que “há relatos de produtores que tiveram que replantar extensas áreas na região sul do estado. Devido ao plantio espaçado, as lavouras se encontram em todos estádios de desenvolvimento, com a grande maioria em enchimento de grãos e turação”. E mais: “houve diminuição da população de plantas nas lavouras plantadas tardiamente, abortamento de flores nas lavoura semeadas em novembro, e redução do desenvolvimento dos grãos nas lavouras semeadas precocemente. A redução de produtividade poderá superar os 4,8% estimados até agora”.

OUTRAS CULTURAS

Outro ponto importante do estudo é que no Tocantins houve uma redução acentuada na área destinada à cultura para o arroz de sequeiro, em 48% em relação à safra 2017/18, “uma vez que mesmo em áreas de abertura, de primeiro ano, os sojicultores estão optando por semear a leguminosa”, apontam os técnicos da Conab.

A Conab aborda ainda o fato de o Tocantins ser o único estado produtor de feijão-comum cores primeira safra na região norte. “Há expectativa de variação significativa na área cultivada em relação à safra passada, chegando a ser 50% menor, devendo alcançar 400 hectares. Já a produtividade média estimada demonstra aumento em comparação a 2017/18 (cerca de 26%), atingindo 1.110 kg/há”, diz o estudo.

E que o na região norte apenas Tocantins cultiva o feijão-caupi na primeira safra. “A exemplo do feijão-comum cores, houve variação na área cultivada em relação à safra passada, com diminuição de 23,5%, alcançando 3,9 mil hectares. As lavouras se encontram com bom desenvolvimento vegetativo, mesmo com a baixa tecnologia usada na sua produção. Por ser semeada por pequenos produtores, o plantio é escalonado e na maioria das vezes consorciado com outras culturas”, informa o laudo.

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