A Rússia retomará a importação de carne bovina e suína de 12 unidades brasileiras nesta semana, disse o regulador de segurança sanitária do país nesta terça-feira. O Norte Agropecuário pediu ao Ministério da Agricultura os nomes das plantas beneficiadas, mas não foi atendido.
A pedido do Norte Agropecuário, porém, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) informou: Entre as nove plantas de carne suína reabilitadas, quatro são da BRF - em Rio Verde (GO), Lajeado (RS), Campos Novos (SC) e Lucas do Rio Verde (GO) -, uma da JBS, em Caxias do Sul (RS), e três da Seara, que é controlada pela JBS - em Três Passos (RS), Itapiranga (SC) e Seara (SC). A nona unidade é da Pamplona Alimentos, em Presidente Getúlio (SC). Duas unidades de carne bovina da JBS, localizadas em Naviraí e Campo Grande, ambas em Mato Grosso do Sul e mais o frigorífico de carne bovina da Mercúrio Alimentos em Xinguara (PA).
Restrições
A maioria das restrições aos produtores brasileiros de carne bovina e suína pela Rússia está em vigor desde 2017, devido a alegações do uso do aditivo ractopamina na alimentação das criações, o que grupos brasileiros da indústria de carne negaram. No mês passado, a Rússia já havia permitido a importação de carne bovina de três grandes exportadoras brasileiras.
A nova liberação, a partir de 25 de novembro, envolve nove unidades de suínos e três de carne bovina. O departamento russo Rosselkhoznadzor não revelou os nomes dos frigoríficos. "O Rosselkhoznadzor continua trabalhando na ampliação da lista de produtores brasileiros certificados para fornecer carne bovina à Rússia", afirmou.
A liberação acontece após a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, ter se reunido em Moscou na semana passada com o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert, que ainda garantiu a realização de uma visita de inspeção ao Brasil, no primeiro trimestre de 2022, visando habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras para exportação.
A Rússia, que no passado chegou a ser um dos maiores mercados para o Brasil, planeja estabelecer uma cota de importação isenta de impostos de até 200 mil toneladas de carne bovina em 2022 para aumentar a oferta doméstica, como parte das medidas que o governo espera que ajude a estabilizar a inflação doméstica, que está em máxima de cinco anos.
Para o Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, a Rússia é um mercado promissor, já que suas exportações para a China foram temporariamente suspensas em setembro, depois que dois casos atípicos de doença da vaca louca foram relatados no país sul-americano.
Paralelamente, as autoridades alfandegárias da China disseram nesta terça-feira que aceitarão pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro após detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca, mas a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.
Os casos foram considerados "atípicos" por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho. De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), casos "atípicos" não oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos. (Com informações da Agência Brasil)
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